Presidente da Petrobras afirma que não pensa em deixar o cargo: ‘Não há crise’

General da reserva, Joaquim Silva e Luna alegou que não vai ‘abandonar sua tropa’ em meio à ‘batalha sobre preço de combustíveis’

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2022 11h43 - Atualizado em 15/03/2022 14h08
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Joaquim Silva e Luna falando ao microfone Joaquim Silva e Luna, general da reserva e presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, em entrevista ao Jornal da Manhã, afirmou que não pensa em deixar a companhia neste momento, que ele chamou de “batalha sobre preço de combustíveis“. Ele disse que não admite a possibilidade de “abandonar a tropa”, mesmo sob muitas cobranças e críticas de dentro e fora do governo por conta da alta de cerca de 25% no diesel e 19% na gasolina na semana passada. O general da reserva  ainda usou uma espécie de metáfora militar para explicar o pensamento dele em meio na ‘batalha de preços’. “Sou o soldado, o campo de batalha é minha zona de conforto, não fujo do campo de batalha abandonando a minha tropa. Um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer”, disse Silva e Luna. E acrescentou: “Não há crise!”.

Silva e Luna assumiu o comando da Petrobras no ano passado, depois do então presidente, Roberto Castelo Branco, se desgastar com o presidente da República, Jair Bolsonaro  (PL), justamente por conta da política de preços da companhia. Atualmente, o assunto voltou a ser discutido depois dos forte aumentos promovidos na semana passada por conta da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “A empresa está sensível às dificuldades da população. A sociedade está machucada por duas guerras. Primeiro, a Covid-19, e essa de agora. O aumento era uma questão de necessidade, porque senão poderia haver risco de desabastecimento a partir de abril”, afirmou o general.

A Petrobras atende mais de 70% do mercado nacional de derivados. O restante é abastecido por empresas privadas. Algumas distribuidoras alertaram, antes do aumento promovido pela Petrobras na semana passada, que poderiam não conseguir atender toda a demanda de clientes, empresas e revendedoras, por conta da chamada defasagem de preços. Isso desestimulava a importação de derivados de petróleo. Os aumentos desagradaram integrantes do governo e da oposição. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, lamentou que a empresa tenha ajustado os preços de diesel e gasolina antes de serem aprovados projeto de lei no Congresso Nacional que podem amenizar as cotações dos derivados e, no final de semana, chegou a dizer que os lucros da Petrobras são muito elevados. Em meio a essa batalha de preços e críticas, o presidente do Flamengo e ex-funcionário da Petrobras e da BR, Rodolfo Landim, foi indicado para o cargo de presidente do Conselho de Administração. Essa indicação já foi feita e a nova composição do Conselho de Administração da Petrobras será divulgada no próximo mês de abril.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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