Não é o momento para pensar em flexibilização, defende prefeito de Campinas
O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (SB), também presidente da Frente Nacional de Prefeitos defendeu, em entrevista ao Jornal da Manhã, que não é o momento para pensar em redução das restrições e medidas de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19.
Para ele, embora alguns prefeitos estejam sofrendo pressões da população para adotar ações para de reabertura econômica, é apenas “uma questão de tempo” para que São Paulo e as regiões metropolitanas do estado decretem medidas de bloqueio total.
O prefeito ressaltou que não é “o momento de fazer esta flexibilização” da quarentena e lembrou que, “como o avanço [da Covid-19] tem sido muito forte” no interior do estado, os municípios devem se preparar.
Jonas Donizette afirmou que o Brasil é o único país que tem instâncias políticas informando “a população de forma distinta”, citando os diferentes posicionamentos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos governadores e prefeitos sobre as medidas de flexibilização da quarentena.
“Isso atrapalha a vida dos prefeitos. Tem muita gente que segue o que ele [Bolsonaro] fala. A pessoa está com o comércio fechado, isso cria uma chama na população”, reforçou o prefeito, que não considera correto “falar para tomar uma decisão quando você não vai arcar” com os resultados dela, se referindo ao aumento nas mortes que uma flexibilização poderia causar.
“Nós veríamos mais cenas como estamos vendo em portas de hospital, pessoas morrendo”, ressaltou.
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos explicou ainda que, para debater as possibilidades de retomada econômica nos municípios, o governo de São Paulo criou um Comitê Municipalista com representantes de 15 cidades polo do estado. O objetivo do conselho é criar critérios que ajudem os prefeitos a definir pela retomada econômica considerando cada realidade.
Entretanto, Donizette analisa que, além do número de casos da Covid-19, também deve ser considerada a capacidade do sistema de saúde antes de estabelecer as medidas de flexibilização.
Ele lembra que a maioria do pequenos municípios não possui nenhum leito de unidade de terapia intensiva (UTI), o que acaba sobrecarregando as capitais e cidades polos, que recebem os pacientes transferidos.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.