‘Não vejo preconceito no Brasil’, diz vice de Bolsonaro ao analisar dados de homicídios

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2018 09h57 - Atualizado em 10/09/2018 10h09
Divulgação/Exército Brasileiro Divulgação Exército Brasileiro "Eu pertenci quase 50 anos em uma instituição onde isso não existe", disse General Mourão

O pensamento liberal parece que tomou papel de protagonista nestas eleições. O que as pessoas têm feito é discutir de maneira rasa o movimento liberal, já ele ia além do campo econômico. O pensamento liberal fala da tolerância religiosa, tolerância com diferentes visões, que são pontos alvos de críticas por adversários de Jair Bolsonaro, já que o conservadorismo faz parte de sua pauta.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, General Mourão disse não gostar quando se faz comparações com países que não possuem características semelhantes ao Brasil. Ele citou o número de assassinatos no País, que supera a marca de 63 mil, além do número de desempregados e dificuldades na área da saúde e disse que o conservadorismo é algo que a sociedade resolve.

“Costumes do conservadorismo eu julgo que a sociedade vai resolvendo esse problema. Chamo isso de ‘pauta de Ipanema’. Acredito que Ipanema não pode pautar país que tem 12 milhões de desempregados, 60 mil assassinados, gente que morre na fila de hospital”, disse. “A gente tem problemas tão grandes que essa questão [do conservadorismo] o Governo tem que ter visão, mas sociedade vai chegando aquilo que é bem-estar de todo mundo”, completou.

Ao ser rebatido sobre a questão da violência, que faz com que se tenha no Brasil uma taxa de 30 homicídios a cada 100 mil habitantes – e que tem uma taxa ainda maior quando se fala em homem negro, morador de periferias – General Mourão disse não diferenciar os casos.

“Homicídio é homicídio. Não importa se é homem branco, negro, pardo, amarelo, se é mulher, homossexual ou não. É um crime que deve ser investigado. Em sociedade de massa como a nossa, se não houver a lei igual para todos e execução do direito vamos à barbárie”, afirmou.

Mas ao responder sobre como endereçar a questão do preconceito, para evitar que mais homens negros, por exemplo, morram por conta da violência urbana, o vice de Jair Bolsonaro foi claro: “não vejo preconceito no Brasil. Eu pertenci quase 50 anos em uma instituição onde isso não existe. Eu não vejo preconceito aqui. Agora você coloca que dos mais de 60 mil homicídios, 90% são homens que morrem e, destes, grande parte é uma população mais morena porque estão centrados em cima de comunidades carentes. Se não entrarmos dentro das comunidades e darmos saúde, educação e infraestrutura vamos continuar a ter eternamente esse problema”.

Confira a entrevista completa com o candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro, General Mourão:

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