Sem combustível, navios iranianos continuam parados no Paraná; Petrobras tem medo de sanções dos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 20/07/2019 09h54
Divulgação/Portos do Paraná comércio gloal Navios iranianos viaram pegar milho; país é o maior comprador do alimento no Brasil

Sem combustível, navios iranianos continuam parados perto do porto de Paranaguá, no Paraná. Nesta sexta-feira (19), a Petrobras informou, em comunicado ao mercado, que não abasteceu as duas embarcações devido ao risco de prejuízo. A estatal teme ser incluída na lista de empresas sob sanções dos Estados Unidos, que tentam pressionar a economia do Irã em meio aos impasses gerados em torno do acordo nuclear assinado em 2015.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que as companhias brasileiras foram informadas sobre possíveis problemas. “Existe esse problema, os Estados Unidos têm embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema, mas estão correndo risco nesse sentido. O Brasil é um país que não tem conflito em lugar nenhum no mundo, graças a Deus, pretendemos manter nessa linha, mas entendemos que outros países tem problemas, e nós temos que cuidar dos nossos em primeiro lugar”, disse.

Ele ressaltou que tem tentado se aproximar cada vez mais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover acordos que sejam positivos para os dois países.

A empresa que alugou os navios iranianos que estão parados no Paraná afirma que as sanções americanas não podem impedir a Petrobras de abastecê-los, já que serviriam para o transporte de milho, o que os colocaria em “exceção humanitária”.

A crise ocorre na esteira de mais um capítulo de acusações entre os dois países. Nesta semana, Trump informou que os EUA derrubaram um drone iraniano no estreito de Ormuz, que teria se aproximado de um navio norte-americano. Em resposta, Teerã divulgou um vídeo que comprovaria que o objeto voador não tripulado não teria sido destruído.

Ainda nesta sexta-feira (19), Trump reafirmou a ação. Segundo o presidente dos Estados Unidos, não há dúvida sobre a derrubada do drone.

O conflito entre os dois países se intensificou após os Estados Unidos abandonarem o acordo nuclear envolvendo Teerã, assinado em 2015. No que diz respeito ao Brasil, o Irã é o maior comprador de milho, além de ser um dos principais importadores de soja e carne bovina nacionais.

*Com informações do repórter Matheus Meirelles

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