Negros representam 63% das pessoas abordadas pela polícia no Rio

Quando a ação dos agente é feita em vans, a parcela de negros abordados chega a 74%

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2022 12h02 - Atualizado em 16/02/2022 12h03
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José Lucena/The News 2/Estadão Conteúdo - 06/05/2021 Operação policial em favela do Rio deixa pelo menos 15 mortos De acordo com a pesquisa, os negros são maioria entre os abordados em todas as atividades mapeadas

Mais da metade das pessoas abordadas pela polícia no Rio de Janeiro são negras. Segundo levantamento, embora representem menos da metade da população carioca, 63% das abordagens policiais têm como alvo cidadãos negros. Os dados fazem parte da pesquisa Elemento Suspeito, realizada pelo Centro de Estudos em Segurança e Cidadania, ligado à Universidade Cândido Mendes. O estudo já havia sido realizado em 2003 e foi atualizado. Desde então, as ameaças subiram de 6,5% para 23% e o uso de armas apontadas para os alvos subiu de 9,7% para 28%. As palavras mais usadas por aqueles que foram alvos das abordagens foram humilhação e constrangimento. De acordo com a pesquisa, os negros são maioria entre os abordados em todas as atividades mapeadas. Quando a ação policial é feita em vans, por exemplo, a parcela de pessoas negras chega a 74% e também passa de 70% nos carros de aplicativo e no transporte público. Os negros também representam 70% daqueles que presenciaram agressões da polícia a terceiros. Além disso, a população negra também corresponde a 79% dos que tiveram suas casas invadidas e 74% dos que tiveram um parente ou amigo morto por agentes de segurança. A pesquisa Silvia Ramos, cientista social e coordenadora do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania, fala sobre o preconceito com negros em abordagens e ações policias. “Em todas experiências, os negros são muito mais vítimas do que o resto da população. O que nós verificamos, no conjunto da pesquisa, é uma polícia que tem um tipo de ação nas ruas da cidade, na sua atividade de patrulhamento, que é racista“, pontua.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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