No Senado, Barra Torres diz que diretores da Anvisa receberam 458 ameaças após aval à vacina infantil

Antes da autorização, havia ocorrido apenas três ameaças à instituição por causa da vacinação

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2022 10h40
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Foto: Pedro França/Agência Senado Antonio Barra Torres Diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu 458 ameaças ou críticas à aprovação da vacina contra a Covid-19 para criaças de 5 a 11 anos de idade. A agência aprovou o uso do imunizante para esse grupo no dia 16 de dezembro e, desde então, as ameaças nos canais oficiais vêm subindo. Em audiência no Senado Federal, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, confirmou que antes da aprovação da vacina para o público infantil haviam sido apenas três ameaças relacionadas ao assunto. “A aprovação ocorre no período do final da manhã e início da tarde. A fala ocorre no final do dia. Esse é um dia marcante com dois eventos. Depois desse dia, nós chegamos, em até 48 horas depois, a 124 correspondências eletrônicas ameaçadoras ou agressivas, fazendo um total, até o dia 14, de 458. A questão do nexo causal, se há ou não, obviamente caberá aos instrumentos de apuração abertos tanto na Polícia Federal quanto no Supremo Tribunal Federal”, disse.

O diretor da Anvisa foi convidado para falar sobre um suposto atraso na vacinação infantil e a sobre a nota do Ministério da Saúde que questiona o imunizante. Barra Torres disse que, na história do Brasil, nunca houve uma consulta sobre vacina e isso pode ter atrasado a distribuição do imunizante para as crianças. Ele reforçou a importância da vacinação: “Todos nós estamos aqui porque um dia ou pai ou mãe ou um responsável nos levou pela mão para sermos vacinados. É interessante que hoje parece que estamos discutindo algo que já é tradicional, rotineiro, no Brasil e no mundo. E digo principalmente no Brasil, porque o Brasil tem uma tradição do cidadão ir se vacinar. É uma tradição antiga, construída ao longo de décadas. Não é diferente com a Covid-19. As vacinas são seguras, são importantes, as vacinas hoje constituem a arma principal para o enfrentamento da pandemia”, defendeu.

Os senadores que fazem parte da Comissão de Direitos Humanos ainda querem ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário da Pasta Hélio Angotti. Os parlamentares querem mais esclarecimentos sobre a nota técnica feita pelo Ministério da Saúde que questiona a vacinação contra a Covid-19. Os parlamentares também convocaram a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para falar sobre o Disk 100. O canal estava recebendo denúncias contra a vacina. Na última segunda-feira, 14, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o governo federal de usar o Disk 100 para receber esse tipo de denúncia.

*Com informações da repórter Iasmin Costa

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