Operários voltam a trabalhar na recuperação de Notre-Dame
Depois de quase um mês, as autoridades francesas retomaram a reconstrução da Catedral de Notre-Dame, em Paris.
As obras foram paralisadas no final do mês de julho depois que foram constatados riscos de contaminação por chumbo. O incêndio que destruiu parte da estruturas da Catedral pode ter liberado o equivalente a 400 toneladas do metal.
Há divergências entre o governo da França e um coletivo de associações a respeito dos níveis de chumbo nos arredores da Notre-ame.
Para proteger os funcionários que trabalham nas obras, a prefeitura instalou um procedimento diferenciado.
Os operários vão usar uniformes especiais e passarão por um processo de descontaminação antes de deixarem o local.
Nesta etapa, as obras envolvem a instalação de tetos temporários abaixo e acima da abóbada para conter e limpar escombros.
O trabalho terá que ser feito de maneira estratégica, porque a última onda de calor que atingiu a Europa causou o desabamento de algumas pedras.
O professor de história da Arte, João Braga, explicou que a maior preocupação se concentra na estrutura do prédio por causa da forma como foi construída há 900 anos. “Numa época medieval, quando descobriu-se os arcos botantes, que são aquelas estacas na laterais para segurar a parede, ótimo. Segurou. O peso do teto empurra pra baixo e os arcos seguram a estrutura. Com a ausência do teto, tem o problema dos arcos botantes estarem fazendo pressão e a possibilidade dessas paredes caírem”, explica.
Somente depois desse processo e da comprovação da segurança da Catedral é que as autoridades vão começar o trabalho de restauração.
A expectativa é que essa etapa aconteça a partir do segundo semestre do ano que vem.
O governo da França quer concluir a reconstrução da estrutura atingida pelo fogo em cinco anos, a tempo da Olimpíada de 2024, que será realizada naquele país.
*Com informações da repórter Nanny Cox.
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