‘Novo governo vai ter muito trabalho para criar sua base’, afirma Ricardo Barros

Em entrevista à Jovem Pan News, deputado ainda ressaltou que o aumento do Auxílio Brasil e do salário mínimo são promessas do governo Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 22/12/2022 10h28 - Atualizado em 22/12/2022 10h30
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Reprodução/Jovem Pan News Ricardo Barros concedeu entrevista exclusiva ao 'Jornal da Manhã', da Jovem Pan Ricardo Barros concedeu entrevista exclusiva ao 'Jornal da Manhã', da Jovem Pan

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) disse nesta quinta-feira, 21, que Lula (PT) terá que muito trabalho para criar sua base nos próximos meses. Em entrevista ao programa “Jornal da Manhã”, da Jovem Pan News, o parlamentar afirmou que seu partido não fechou aliança com o novo governo, ainda que tenha aprovado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, conhecida como “Fura-Teto”, na Câmara. “Nós, da base bolsonarista, votamos porque o presidente [Jair Bolsonaro] concordou em entregar o aumento do Auxílio Brasil e do salário mínimo, propostas de sua campanha. Por isso, votamos a favor. Não vejo que tenha havido negociação de cargos para esta votação. Penso que Lula vai ter muito trabalho para formar sua base. Nós, do Progressista, temos ampla maioria de parlamentares, que não podem se aproximar do governo porque o ambiente de sua base eleitoral não permite. Então, temos um tempo para ver como as coisas vão ficar. Se o governo vai bem, se o governo vai mal. Temos que ver qual tipo de articulação será feita. A ocupação do governo do presidente eleito está sendo preponderantemente petista. Portanto, isso é uma leitura que os demais partidos precisam fazer. São 37 ministérios, muitos deles estão tendo atratividade para os partidos”, afirmou. “A articulação está apenas começando. Esta votação não baliza a base do governo eleito”, continuou.

Aprovada na última quarta-feira, 21, a PEC visa manter o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Auxilio Brasil em 2023. Votada em segundo turno, foram 331 votos favoráveis e 163 contrários à medida, que terá um impacto de R$ 145 bilhões além do teto de gastos para que o novo governo de Lula possa gastar no próximo ano com programas sociais — como Auxílio Gás e Farmácia Popular, além do retorno do Bolsa Família e do aumento real do salário mínimo com reajuste acima da inflação. Para Ricardo Barros, o texto acabou sendo favorável para todas as partes. “Achei correto o ministro [Fernando] Haddad ter negociado com os líderes da Câmara a posição de alterações da PEC, redução para um ano e retirada de alguns outros dispositivos. Isso permitiu um acordo. Nosso partido, o PP, por exemplo, votou contra no Senado, mas a favor da PEC na Câmara. Isso permitiu a aprovação para garantir, através de uma decisão do Congresso, os R$ 200 do Bolsa Família para os brasileiros e o aumento real do salário mínimo. Foram duas promessas do presidente Jair Bolsonaro (PL), que autorizou a base a aprovar, mesmo não sendo eleito. Obviamente, durante a negociação, o governo de transição conseguiu um pouco mais do que nós estávamos dispostos a dar, que eram R$ 80 bilhões e um ano de prazo. É uma negociação normal do parlamento e acho que ficou, ao final, um resultado bom para todos. O parlamento assume a sua prerrogativa de tomar suas decisões, que estavam sendo usurpadas pelo STF”, ressaltou Barros, antes de reiterar: “Não pense que esta votação da PEC será a base do futuro governo. Não é! Ela foi feita porque nós havíamos o compromisso de garantir os R$ 200 a mais para as pessoas que precisam no Brasil.”

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