Em entrevista à Jovem Pan News, Adriano Pires defendeu subsídio para amenizar alta do combustível
Declaração do novo presidente da Petrobras foi dada em 10 de março, ao comentar os aumentos da estatal
Em entrevista à Jovem Pan News no último dia 10 de março, logo após a Petrobras reajustar o gás de cozinha, o diesel e a gasolina em quase 25%, o novo indicado para o comando da empresa estatal, Adriano Pires, que é sócio-diretor do Centro Brasileiro Infraestrutura, defendeu a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis para evitar os impactos ao consumidor. Para o economista, num primeiro momento, seria criar uma política de subsídio direta dos combustíveis, de três a seis meses de duração, com recursos de dividendos e royalties da exploração do petróleo. “Você faria uma coisa parecida na época dos R$ 600 da pandemia, seria uma medida provisória, pedindo um crédito extraordinário. E nesse prazo de três a seis meses, a gente veria a guerra terminar ou ser apaziguada. E, com um novo preço de barril de petróleo, a gente começaria a discutir realmente a ideia do fundo”.
“Eu acho que é um projeto controverso ainda, evidentemente. O Senado se mobilizou muito para aprovar de hoje para amanhã esse projeto e, provavelmente, vai aprovar outro também, do ICMS, em função desse aumento forte que a Petrobras deu hoje aos combustíveis. 25% no diesel, quase 20% na gasolina, 16% no botijão de gás. Então, a gente está no ano de eleição e, todo mundo quer ficar bem no filme. O político falou ‘olha, eu estou fazendo a minha parte’, mas a gente sabe que a aprovação desse fundo hoje não vai dar resultado imediato. É uma coisa mais para médio e longo prazo”, disse. Para a Jovem Pan News, Adriano Pires afirmou pior do que o preço alto nos postos é o desabastecimento. “Por que a Petrobras aumentou? Porque a gente está numa situação em que a defasagem entre o mercado interno e externo era tão grande que a gente estava correndo risco de ter um desabastecimento. Porque não havia condições das empresas importadoras pagares mais caro lá fora, no mercado internacional, e venderem mais barato aqui dentro”, disse. Adriano Pires avalia que, sem a guerra na Ucrânia, o barril do petróleo do tipo Brent, referência para importação, seria cotado na casa dos US$ 90 a US$ 95. O barril abriu a semana negociado a US$ 115.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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