Em entrevista à Jovem Pan News, Adriano Pires defendeu subsídio para amenizar alta do combustível

Declaração do novo presidente da Petrobras foi dada em 10 de março, ao comentar os aumentos da estatal

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2022 09h02 - Atualizado em 29/03/2022 09h06
Reprodução/Jovem Pan adriano pires Adriano Pires é o novo presidente da Petrobras

Em entrevista à Jovem Pan News no último dia 10 de março, logo após a Petrobras reajustar o gás de cozinha, o diesel e a gasolina em quase 25%, o novo indicado para o comando da empresa estatal, Adriano Pires, que é sócio-diretor do Centro Brasileiro Infraestrutura, defendeu a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis para evitar os impactos ao consumidor. Para o economista, num primeiro momento, seria criar uma política de subsídio direta dos combustíveis, de três a seis meses de duração, com recursos de dividendos e royalties da exploração do petróleo. “Você faria uma coisa parecida na época dos R$ 600 da pandemia, seria uma medida provisória, pedindo um crédito extraordinário. E nesse prazo de três a seis meses, a gente veria a guerra terminar ou ser apaziguada. E, com um novo preço de barril de petróleo, a gente começaria a discutir realmente a ideia do fundo”.

“Eu acho que é um projeto controverso ainda, evidentemente. O Senado se mobilizou muito para aprovar de hoje para amanhã esse projeto e, provavelmente, vai aprovar outro também, do ICMS, em função desse aumento forte que a Petrobras deu hoje aos combustíveis. 25% no diesel, quase 20% na gasolina, 16% no botijão de gás. Então, a gente está no ano de eleição e, todo mundo quer ficar bem no filme. O político falou ‘olha, eu estou fazendo a minha parte’, mas a gente sabe que a aprovação desse fundo hoje não vai dar resultado imediato. É uma coisa mais para médio e longo prazo”, disse. Para a Jovem Pan News, Adriano Pires afirmou pior do que o preço alto nos postos é o desabastecimento. “Por que a Petrobras aumentou? Porque a gente está numa situação em que a defasagem entre o mercado interno e externo era tão grande que a gente estava correndo risco de ter um desabastecimento. Porque não havia condições das empresas importadoras pagares mais caro lá fora, no mercado internacional, e venderem mais barato aqui dentro”, disse. Adriano Pires avalia que, sem a guerra na Ucrânia, o barril do petróleo do tipo Brent, referência para importação, seria cotado na casa dos US$ 90 a US$ 95. O barril abriu a semana negociado a US$ 115.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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