‘Brasil não está mais isolado’, diz ex-presidente do BC sobre novos acordos

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2019 09h54 - Atualizado em 02/08/2019 10h26
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Alan Santos/PR Declarações do presidente Donald Trump sinalizaram desejo de um futuro acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos

Nos últimos dias, declarações do presidente norte-americano Donald Trump mostraram um futuro incerto e insatisfeito para o mercado geral. Entre as notícias está o avanço da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. Apesar disso, dados divulgados pelo Federal Reserve trazem a primeira redução de juros nos EUA, desde 2008.

Para falar sobre a situação do Brasil diante da conjuntura econômica internacional e qual deve ser o papel do país em meio a disputa comercial, o Jornal da Manhã falou com o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni.

“A guerra comercial já está causando estrago. A gente olha o desempenho da economia mundial e as projeções do FMI e notamos uma desaceleração equilibrada em todas as economias. Isso é um sinal amarelo no ponto de vista mundial”, alerta Langoni.

“O comércio mundial vinha crescendo acima do PIB, dessa forma servia de alavanca. Agora passa a desempenhar um papel contrário.”

Acordos comerciais

De acordo com Langoni, as relações bilaterais são mais interessantes para o Brasil do que as multilaterais. “O Brasil está sobrevivendo e conseguindo transitar nesse tiroteio de uma forma interessante. Tivemos a oportunidade de fechar acordo com a União Europeia depois de quase 20 anos .”

Segundo ele, isso abriu caminhos. “Outros países, como o Canadá e a Coreia do Sul, e o próprio Estados Unidos, começaram a olha o país como um possível parceiro comercial. E os acordos comerciais representam muito mais que acesso ao mercado. É um conjunto da obra.”

Para Langoni, os resultados serão positivos. “A abertura da economia brasileira é fundamental para a retomada de um crescimento que vai prosseguir nos próximos anos independente da guerra comercial ficar mais acirrada ou não”, completa.

Brasil

Depois de um longo período estacionado, o Brasil está em um cenário favorável. O acordo entre Mercosul e União Europeia, a possibilidade de acordo com os Estados Unidos, os caminhos rumo a OCDE e o fato de ter a China como grande parceira são fatos vistos com bons olhos.

“Do ponto de vista do poder de barganha, o ideal é exatamente abrir diversas frentes simultâneas. Assim podemos otimizar nosso poder de em cada uma dessas negociações, com cada bloco comercial. O Brasil hoje não está mais isolado. Tínhamos esquecido que tem um mundo lá fora”, finaliza Langoni.

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