Número de famílias endividadas no Brasil é o maior desde julho de 2013
Compras parceladas, cheque especial, carnê de loja, financiamento de carro ou casa: de acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgado nesta segunda-feira (5), 64% das famílias brasileiras possuem alguma dívida. Essa foi a sétima alta seguida no endividamento das famílias, sendo o maior percentual desde julho de 2013.
Entre todos os meios de endividamento dos brasileiros, o cartão de crédito foi apontado pelo estudo como o principal. A recepcionista Janaina Rocha conta que sempre teve problema com dinheiro por não se controlar. “Eu sempre fui gastona, então acabei me endividando com cartão de crédito, não consegui pagar e estou enrolada até agora. É o consumismo, né. A gente acaba comprando antes de pagar a dívida. Primeiro gasta, depois vai pensa no cartão.”
Elias Rozendo, analista de chat, também enfrentou problemas com o cartão. Ele conta, no entanto, que aprendeu a lição e tenta não gastar mais do que ganha. “Eu me endividei com cartão de crédito, e aí tive que quitar toda essa dívida e aprendi que cartão de crédito, na realidade, não é uma boa. Quanto mais você puder tentar pagar a vista, fazer todas as coisas à vista, você não se atola em dívidas. Também vale sempre tentar fazer um Orçamento do quanto você ganha”, explica.
Em junho, segundo o Banco Central (BC), os juros do cartão de crédito voltaram a subir e ultrapassaram 300% ao ano. O especialista e educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, explica que a portabilidade pode ser uma boa alternativa. “É claro que, se o consumidor conseguir concentrar todas as suas dívidas em um único banco, em uma única instituição, e ainda reduzindo a taxa de juros, será um bom negócio. Mas é fundamental que a pessoa tenha planejamento, controle, e que esteja com o nome limpo. Afinal de contas, o banco só vai aceitar esse negócio se a pessoa for uma boa pagadora.”
O levantamento da CNC mostra, ainda, que também aumentou o numero de famílias inadimplentes em julho deste ano (24%), ou seja, pessoas que estão com essas dívidas atrasadas, já vencidas e se enforcam ainda mais.
A pesquisa ouviu 20 mil consumidores.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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