OEA condena violações aos direitos humanos na Venezuela
O Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) condenou, nesta quarta-feira (28) as graves violações dos direitos humanos na Venezuela. A declaração foi dada quando o líder da oposição no país, Juan Guaidó, reconheceu o fracasso das negociações com o governo, mediadas pela Noruega e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O texto defende o acesso imediato e sem obstáculos ao território venezuelano da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, instituição autônoma da OEA que não visita o país desde 2002.
A resolução foi aprovada por vários países – Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Paraguai e Peru. Votaram contra a Nicarágua, Dominica e São Vicente e Granadinas.
Alguns antigos apoiadores do regime de Caracas se abstiveram ou não compareceram. Uruguai, Granada e Antígua e Barbuda, por exemplo, não se apresentaram para a votação. Já a abstenção foi a escolha de México, Bolívia, Trinidad e Tobago, Suriname, Belize e Barbados.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse, antes do encontro, que é tarde para falar de violações dos direitos humanos na Venezuela e considerou que atualmente acontecem no país crimes contra a humanidade.
O representante brasileiro na reunião, embaixador Fernando Simas Magalhães, criticou a conduta do governo do país vizinho, acusando-o de cometer atrocidades contra seu próprio povo. “Não se trata de uma discussão para saber se há ou não há graves violações aos diretos humanos na Venezuela. Sobre esse ponto não há qualquer dúvida. A indignação vem da reconfirmação das atrocidades que o regime ilegítimo de Maduro tem a ousadia de cometer, de maneira recorrente e sistemática, contra o povo venezuelano.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou em um relatório publicado em julho que, no último ano e meio, cerca de sete mil pessoas foram assassinadas em supostos casos de resistência à autoridade.
Na negociação mediada pela Noruega, com apoio da ONU, as conversas não avançaram porque os delegados de Maduro exigem que os Estados Unidos retirem as sanções que agravam a crítica situação econômica do país. Os americanos, por sua vez, oferecem anistia a Nicolás Maduro se ele deixar o poder.
O enviado especial para a Venezuela, no entanto, diz que o presidente não dá sinais de que vá renunciar.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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