Onda de deflação chega ao fim, mas inflação vai seguir baixa, dizem analistas

O IPCA-15 subiu em decorrência de alguns fatores neste mês de outubro, como alta de passagens aéreas, planos de saúde, vestuário e em alguns produtos alimentares importantes para os brasileiros, como cenoura, batata e cebola

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2022 11h52
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José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo - 25/07/2021 Imagem com uma calculadora, uma seta para cima e moedas representa o aumento da inflação Especialistas analisaram projeções da inflação para os próximos meses

O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, apresentou uma alta nesta terça-feira, 25. O índice cresceu 0,16% após dois meses consecutivos de deflação. O IPCA vem de três taxas negativas seguidas. Pelas prévias, a expectativa é de que a inflação volte a crescer em outubro. O IPCA-15 subiu em decorrência de alguns fatores neste mês de outubro, como alta de passagens aéreas, planos de saúde, vestuário e em alguns produtos alimentares importantes para os brasileiros, como cenoura, batata e cebola. Os combustíveis continuaram ajudando a segurar os preços no mercado interno. O economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz, acredita que, com o resultado, o IPCA de outubro feche na casa de 0,4%. “Com o passar do tempo, esse ciclo de contribuições perde efeito e o índice encontra espaço para alcançar o terreno positivo. No fim de outubro, com o resultado do IPCA, devemos ver uma aceleração em relação ao IPCA-15. A inflação do mês deve ficar em 0,4%, tanto pela contribuição de quedas menos intensas da gasolina, pela aceleração do grupo alimentação e do vestuário. Com esses efeitos, a inflação deve acelerar e ficar no campo positivo em outubro, novembro e dezembro, principalmente se houver aumento nos combustíveis após as eleições”, afirmou Braz.

O economista e professor de Economia, Gilberto Braga, acredita que a guerra entre Rússia e Ucrânia e o comportamento do barril de petróleo e do dólar no mercado interno são variáveis que criam uma certa incerteza para a inflação futura. A perspectiva, entretanto, é de inflação baixa até o fim do ano. “Os dois fatores que estão pressionando a inflação foram o preço das passagens aéreas e as mensalidades dos planos de saúde. O único grupo que ainda teve uma diminuição de preço foi o ligado ao preço dos combustíveis. Como, recentemente, a Petrobras reajustou o preço da gasolina, isso significa o fim desse ciclo de queda da inflação e de retomada de aumento nos preços”, disse Braga. O mercado financeiro vem apostando em uma inflação menor em 2022. O último boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 24, apontou para uma inflação de 5,60%, sendo que a projeção anterior era de 5,62%. O teto da meta é da ordem de 5%.

Confira a reportagem na íntegra:

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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