‘Ondas no leste’ provocaram chuvas no Recife, explica geógrafo

Fiscalização e obras de infraestrutura são necessárias para evitar inundações e vítimas fatais; fenômeno também ocorreu em 2010 e 2017

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2022 07h13 - Atualizado em 30/05/2022 08h48
MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Rua alagada em Pernambuco Professores mapearam a área de risco de Camaragibe, uma das cidades atingidas pelas chuvas

Nas madrugadas de 24 e 28 de maio, a região metropolitana do Recife e a Zona da Mata de Pernambuco foram atingidas pelo sistema atmosférico conhecido como “ondas de leste“, momento em que a chuva é mais intensa. O mesmo fenômeno ocorreu em 2010 e 2017 e o geógrafo Fabrizio de Luiz Listo explica que as perturbações do vento, que se deslocam desde a costa da África até o litoral leste do Brasil, criam as nuvens carregadas. “Essas ondas trazem nuvens de muito estabilidade, que provocam muitas chuvas e são recorrentes. Essa semana passamos por dois eventos de ondas de leste e essa alta estabilidade, essas nuvens carregadas acabam trazendo chuvas de intensidade”, afirma. Recentemente, Fabrizio e outros professores mapearam a área de risco de Camaragibe. Mesmo assim, seis pessoas morreram pelas chuvas do último sábado, 28. Ou seja, fica claro que algumas tragédias poderiam ser evitadas.

Segundo o geógrafo, os municípios precisam estar preparados, fazendo mapeamento de risco, obras de infraestrutura para que evitem tragédias e vítimas fatais. “A primeira onda de leste foi registrada no início do século passado. Então, são efeitos, eventos comuns. Obviamente que podem estar se tornando mais recorrentes, também é fato de que a chuva é um gatilho importante para ocorrência dos deslizamentos e de inundações. Mas temos que olhar como está a infraestrutura urbana para receber esses eventos de grande precipitação e quando esses eventos se tornam destrutivos. A gente vê como está o aparato de infraestrutura urbana para a gente passar por eventos de chuvas, que ocorreram os deslizamentos, mas que não causem efeitos destrutivos.” O mar agitado não é exclusivo do Nordeste brasileiro. Os Estados do Sul e Sudeste terão ondas de cerca de 2,5 metros a partir desta segunda-feira, 30, seguindo até a semana seguinte.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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