ONU condena “banho de sangue” de Israel contra palestinos
A reação claramente desproporcional de Israel contra o povo palestino estampa as capas de todos os grandes jornais de Londres nesta terça-feira (15). Mais de 50 manifestantes palestinos foram assassinados, cerca de 2.700 ficaram feridos nos protestos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia contra o aniversário de 70 anos da criação de Israel e da abertura da embaixada americana em Jerusalém.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fala em legítima defesa e proteção das fronteiras de seu estado. Mas considerando que não houve uma vítima sequer do lado dele, as críticas da ONU parecem precisas: “foi um assassinato chocante de dezenas por munição letal israelense”, disse a representante do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra’ad al-Hussein.
Diversos países reagiram com firmeza ao banho de sangue no Oriente Médio na última segunda-feira. África do Sul e Turquia convocaram seus embaixadores em Israel, o que na diplomacia é um gesto significativo de insatisfação.
O presidente da França, Emmanuel Macron, condenou a violência das tropas israelenses contra os manifestantes. A Alemanha lembrou que Israel tem o direito de proteger seu território, mas precisa fazer isso de forma proporcional – na prática significa dizer não dispare com fuzil de assalto contra quem está atirando pedra.
Reino Unido e União Europeia falaram em conter a violência na região, que terá novas manifestações hoje enquanto os palestinos enterram os corpos de seus parentes.
Os Estados Unidos abriram a embaixada em Jerusalém e colocaram a culpa nas mortes de mais de 50 pessoas no grupo fundamentalista Hamas, que de fato está convocando as manifestações.
O Brasil, por sua vez, se porta como um anão diplomático, como diriam os israelenses, e fica de fora da questão. O Itamaraty, que hoje tem como uma de suas funções fornecer foro privilegiado, não divulgou nenhuma nota sobre os incidentes no Oriente Médio até agora.
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