Operação na indústria automobilística caiu mais de 90% na pandemia, diz presidente da Fiat Chrysler

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2020 08h54 - Atualizado em 21/04/2020 09h03
Jovem Pan Jovem Pan A Fiat Chrysler entrou em negociação com os sindicatos e garantiu, pelo menos até meados de novembro

A pandemia do coronavírus já causou a redução das operações na indústria automobilística para praticamente zero. A informação foi dada pelo presidente da Fiat Chrysler na América Latina, Antônio Filosa, em entrevista ao Jornal da Manhã nesta terça-feira (21).

Segundo ele, o impacto na indústria de forma global é muito severo com produção praticamente zerada na maioria dos competidores.

“O impacto da industria globalmente está sendo muito severo. No Brasil fechamos (as fábricas) desde 23 de março, na maioria dos competidores a produção foi para zero. Estava vindo em um ritmo acelerado no Brasil com 6 ou 7%. De repente a pandemia nos forçou a parar 100%.”

“No Brasil e Argentina operações caíram mais de 90%, basicamente 100% na Argentina, muito grave, muito severo. O único pais que voltou normalidade é a China”, afirmou Filosa.

A previsão da empresa era retomar nesta terça-feira (21) as atividades. Entretanto, de acordo com Filosa, a situação não permite. “As condições, na nossa visão, seja no entorno, de saúde, comerciais, elas não permitem. Então vamos voltar em maio de forma escalonada.”

Para ele, é evidente que a manutenção da quarentena e das medidas de isolamento causam efeitos na empresa. Entretanto, o grupo planeja monitorar a situação para reabrir as fábricas em maio ou, se necessário, adiar novamente o retorno.

“Claramente isso desacelera o comércio e a produção industrial, temos planejamento em Betim para (retomar a produção) a metade de maio. Até lá iremos monitorando e esperamos que as ações possam dar resultado na curva da pandemia, se possível voltaremos as atividades.”

A Fiat Chrysler entrou em negociação com os sindicatos e garantiu, pelo menos até meados de novembro, a manutenção de todos os empregos e a possibilidade de flexibilização dos trabalhos.

Ações

Com as fábricas paradas, a empresa aproveitou o momento para “fortalecer os processos” e garantir que, com a volta dos 26 mil funcionários, “a preservação da saúde seja máxima”.

Além disso, a Fiat Chrysler disponibilizou 18 técnicos para darem manutenção em respiradores que serão, posteriormente, usados em pacientes com coronavírus.

A empresa também investiu na construção de hospitais de campanha e na produção de máscaras plásticas por meio das suas impressoras 3D para que as ações possam ajudar a população local. “Tudo que é necessário para preservar a saúde do cidadão é prioridade.”

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