Organizações alertam para vacinação e convocam campanha contra sarampo e poliomielite
Preocupação com baixos índices de vacinação contra poliomielite e aumento de casos de sarampo unem organizações por apelo à imunização. Na última quarta-feira, no hospital Emílio Ribas, em São Paulo, as Sociedades brasileiras de Pediatria, Infectologia e Imunizações, em parceria com o Rotary Internacional, assinaram um manifesto para conscientizar a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.
Mais de 11 milhões de crianças foram convocadas pelo Ministério da Saúde para se vacinar contra sarampo e poliomielite. Livre da paralisia infantil desde 1990, o Brasil corre o risco de voltar a sofrer com a doença, já que 312 cidades de diferentes estados imunizaram menos que a metade das crianças menores de um ano de idade.
Preocupada com a lotação dos postos de saúde, Carla Domingues, coordenadora do programa Nacional de imunizações do Ministério da Saúde, destaca que o momento é de dar prioridade para a vacinação de crianças.
“A vacina tríplice viral está disponível para pessoas até 29 anos, com duas doses, e de 30 a 49 anos, em uma dose. Nesse momento é fundamental concentrarmos os esforços de vacinação nas crianças de 1 ano a menores de 5 anos. São as crianças que estão desprotegidas e não têm imunidade contra o sarampo. Se não vacinarmos essas crianças, elas têm chances de adoecer.
Carla Domingues aponta que a baixa cobertura vacinal é a principal causa de novos surtos de doenças. Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou que o país já tem 822 casos confirmados de sarampo.
Diretora de imunização da Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, Helena Sato, faz um apelo para que as famílias não deixem de imunizar as crianças. “Solicitamos aos senhores pais que, por favor, tragam seus filhos, conversem com vizinhos, amigos, parentes, nas redes sociais, colocando a importância da vacinação”, aifrmou.
Helena Sato destaca que, além da campanha, terão dois dias “D” de vacinação no Estado de São Paulo, nos dias 4 e 18 de agosto.
O consultor do Rotary Internacional, Marcelo Haick, alerta para a fiscalização dos postos de saúde e medidas alternativas para garantir a vacinação das crianças. “Será que os postos de saúde estão abrindo nos horários adequados? Será que as áreas isoladas podem ter acesso às famílias. Temos que ver no aspecto do contextos. Dependendo dos resultados dessa campanha, podemos chegar num ponto que fazíamos antes que era os vacinadores irem às casas”, destacou.
Haick afirmou que é preciso trabalhar com uma comunicação de fácil entendimento. A campanha será realizada entre os dias 6 e 31 de agosto. A meta é imunizar 95% das crianças de todo o país.
*Com informações do repórter Matheus Meirelles
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