Oriel College, da Oxford, decide remover estátua de Cecil Rhodes

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 18/06/2020 09h08 - Atualizado em 18/06/2020 09h35
EFE Grandes doadores da instituição ameaçaram cortar verbas equivalentes a R$ 700 milhões caso a estátua fosse removida

A disputa sobre símbolos imperialistas ligados ao tráfico de escravos e ao racismo continua na Inglaterra. O movimento conseguiu uma vitória significativa ontem: o Oriel College, da Universidade de Oxford, decidiu remover a estátua de Cecil Rhodes.

A medida foi anunciada depois de uma série de protestos realizados nos últimos dias pedindo que a homenagem fosse retirada do prédio histórico.

Na verdade, a campanha contra a estátua do controverso colonialista começou há cinco anos. Desde então a burocracia da tradicional universidade britânica vinha tentando contornar a situação sem atender os manifestantes.

Grandes doadores da instituição ameaçaram, inclusive, cortar verbas equivalentes a R$ 700 milhões caso a estátua fosse removida, mas a pressão popular iniciada com os protestos anti racismo das últimas semanas falou mais alto.

O comitê administrativo do Oriel College votou a favor da remoção, mas indicou que um processo de consulta para definir o futuro da estátua será realizado. Por conta disso, os manifestantes prometem manter a mobilização nas ruas de Oxford até que a homenagem seja definitivamente retirada.

Cecil Rhodes foi um imperialista vitoriano que anexou territórios africanos à coroa britânica, como partes da África do Sul e também do Zimbábue, que chegou a se chamar Rhodesia em homenagem ao colonizador.

Rhodes também foi um dos precursores das leis e regras da África do Sul que resultaram no regime de apartheid anos mais tarde. Aluno da Universidade de Oxford, ele doou parte de sua herança para a academia e até hoje seu nome batiza programas de bolsas de estudo que atendem a dezenas de alunos.

Mas as benfeitorias parecem tímidas perto das atrocidades cometidas no continente africano e por isso a estátua de Cecil Rhodes no centro de Oxford se tornou tão controversa nos últimos anos.

Economia

A “impressora de dinheiro” britânica não para. O Banco da Inglaterra anunciou que vai expandir o programa de “Quantitative Easing” em 100 bilhões de libras.

Desde o início da pandemia, em março, os ingleses já criaram o equivalente a quase R$ 2 trilhões — na caneta mesmo. O equivalente ao Copom da Inglaterra também decidiu manter a taxa básica de juros do país em 0,1%, mínima histórica.

A autoridade monetária ressaltou que os indicadores de maio e junho apontam para o início da retomada da economia com a flexibilização da quarentena. Lembrando que a economia britânica encolheu 25% entre fevereiro e abril deste ano.

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