Ousadia e arrojo marcaram trajetória de sucesso do executivo Carlos Ghosn

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2020 09h54 - Atualizado em 06/01/2020 10h00
EFE Pesquisas apuradas pelo Financial Times e pela PwC Brasil nomearam Carlos Ghosn como o quarto empresário mais respeitado em 2003

Lar doce lar. Esse deve ter sido o sentimento doe Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, ao sentir o trem de pouso do jatinho particular que o levava ao Líbano tocar no solo após fugir da prisão domiciliar no Japão e se livrar do julgamento por irregularidades financeiras.

Sem pistas ou registros dessa fuga misteriosa, as autoridades japonesas acionaram a Interpol. Porém nada pode ser feito, já que Ghosn entrou legalmente no Líbano com um plano arquitetado como sua carreira de sucesso na indústria automotiva.

Ghosn teve uma ascensão profissional meteórica, rompendo fronteiras que iam alem das suas cidadanias. Ele criou disrupturas globais e bem agressivas no mercado de automóveis — com corte de custos e demissões em massa que levaram a Renault do prejuízo ao lucro em um curto espaço de tempo.

O titã dos automóveis criou a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e posicionou o grupo como o quarto maior do setor automotivo do planeta.

Em 1999 ele recebeu o título de Mister Fix It depois que tirou a Nissan da beira da falência. Três anos depois ele foi capa da Fortune, como um dos 10 homens mais poderosos do mundo.

Pesquisas apuradas pelo Financial Times e pela PwC Brasil nomearam Carlos Ghosn como o quarto empresário mais respeitado em 2003, o terceiro em 2004 e em 2005 se posicionava como celebridade no Japão.

Com muita ousadia, investiu 4 bilhões de euros no primeiro carro de zero emissões com preço acessível no mundo — o Nissan Leaf.

Globalmente, teses de mestrado em Administração de Negócios comparam o brasileiro ao general norte-americano Douglas MacArthur, que reestruturou a sociedade japonesa após a Segunda Guerra Mundial.

Ghosn teve seu nome associado ao bentô da tradicional culinária nipônica e foi homenageado em uma serie biográfica em mangás como super-herói.

Carlos Ghosn, um super-herói, perdeu seus poderes ao ser preso no aeroporte de Haneda, no Japão, em 19 de novembro de 2018 — acusado de crime fiscal, sub relato de ganhos e uso indevido dos ativos de empresa.

*Com informações do repórter Alex Ruffo

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