Ouvidoria das polícias reduz ritmo de trabalho em São Paulo
Nos primeiros cinco meses deste ano, 2.020 acompanhamentos de ações policiais foram instaurados pelo órgão; em 2015, foram gerados 2.719 autos
O número de protocolos abertos pela Ouvidoria das Polícias de São Paulo em 2020 é o menor dos últimos cinco anos. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação apontam que, nos primeiros cinco meses deste ano, 2.020 acompanhamentos de ações policiais foram instaurados pelo órgão. Em 2015, foram gerados 2.719 autos. Esse número subiu para 2.927 no ano seguinte. Desde então, vem caindo ano a ano.
A principal função da Ouvidoria é encaminhar e acompanhar denúncias feitas pela população sobre a atuação policial. Segundo o atual ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, a pandemia da Covid-19 é o principal motivo das reduções das denúncias. Elizeu defende que faz parte do trabalho da ouvidoria dialogar com as forças policiais.
O ex-ouvidor das Polícias, Benedito Mariano, concorda que a pandemia impactou o número de denúncias, mas critica a postura do novo ouvidor. Já o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da Fundação Getúlio Vargas, Rafael Alcadipani, ressalta que essa queda no número de denúncias se dá no ano em que a letalidade policial no estado de São Paulo está crescendo
A cada semana, ao menos quatro policiais paulistas foram demitidos ou expulsos da corporação por cometerem infrações ou desvios de conduta. Dados da secretaria da Segurança Pública apontam que, nos cinco primeiros meses deste ano, 105 policiais paulistas foram exonerados. A Secretaria da Segurança Pública diz que todas as ocorrências que envolvem abusos policiais são investigadas pela Corregedoria da Polícia Civil e da PM, e comunicadas ao Ministério Público
*Com informações do repórter Leonardo Martins
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