Paciente em Londres fica ‘livre’ de HIV após transplante de medula óssea

  • Por Jovem Pan
  • 06/03/2019 07h09 - Atualizado em 06/03/2019 09h13
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Reprodução Reprodução O doador tinha uma mutação genética que atinge aproximadamente 1% da população mundial

Cientistas anunciaram que um paciente de Londres, que teve a identidade mantida em sigilo, pode ser a segunda pessoa no mundo a ter se livrado do HIV.

De acordo com relatório apresentado nesta terça-feira (05), o homem foi diagnosticado com o vírus em 2003 e passou a fazer tratamento antirretroviral em 2012. Quatro anos depois, ele foi diagnosticado com câncer e teve que fazer um transplante de medula óssea.

O doador tinha uma mutação genética que atinge aproximadamente 1% da população mundial. Essa condição rara contribui para impedir que o HIV se fixe nos glóbulos brancos, comprometendo a imunidade.

O paciente de Londres está há um ano e meio sem tomar os medicamentos e sem a presença do vírus no sangue.

O primeiro caso de aparente cura ocorreu em 2007, quando um homem de Berlim, que também passou por transplante de medula, se livrou do HIV.

Para o médico e professor de infectologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Edimilson Migowski, apesar dos avanços, é preciso reforçar a prevenção. Ele ressaltou que trata-se apenas do segundo caso de aparente cura em mais de dez anos.

O toxicologista e chefe do centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas, Anthony Wong, destacou a importância das células-tronco nesse tipo de tratamento. Ele apontou que o transplante foi proveniente de uma comunidade do norte europeu que, naturalmente, tem a resistência à invasão do vírus.

Os cientistas alertam que o tratamento tem alto risco de morte, mas comemoram o avanço na busca por uma cura da doença.

Atualmente, 37 milhões de pessoas no mundo convivem com o HIV, mas apenas 59 por cento recebem o tratamento antirretroviral, que controla, mas não elimina o vírus.

Com o passar do tempo também cresce a preocupação com novas mutações que possam resistir aos medicamentos.

Em todo o planeta, mais de um milhão de pessoas morrem por ano em decorrência de complicações relacionadas ao HIV.

*Informações do repórter Matheus Meirelles

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