Pacientes de hospital na Zona Leste de SP denunciam demora para realizar procedimentos

Reportagem da Jovem Pan News foi averiguar a situação da unidade de saúde, onde a longa espera para realizar tratamento de casos graves tem revoltado familiares e amigos dos pacientes

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2023 11h30 - Atualizado em 27/01/2023 13h28
Reprodução/Jovem Pan News Arimatea-Paes-Landim-cirugia-cardiaca-hospital-sapopemba-reproducao-jovem-pan-news Arimatea Paes Landim é um dos pacientes acompanhados pela reportagem

Após uma denúncia de um telespectador, a reportagem da Jovem Pan News averiguou que o Hospital Municipal Dr. Benedito Montenegro, localizado na Zona Leste, um dos mais importantes da periferia da cidade de São Paulo, tem sérios problemas. A demora no tratamento de casos graves revolta familiares e amigos. A espera para um procedimento de alta complexidade é superior a 30 dias. Um dos casos é o de Arimatea Paes Landim, de 55 anos, vítima de um infarto no dia 22 de dezembro de 2022. Após ser socorrido, ele ficou internado em uma UTI por uma semana, procedimento normal nesse tipo de situação. Até hoje, aguarda uma cirurgia de implantação de ponte de safena, procedimento de grande porte. A demora está no sistema CROSS, serviço que organiza a regulação de recursos disponíveis na saúde pública e, infelizmente, não há previsão para a cirurgia. Em entrevista à Jovem Pan News, o cardiologista intervencionista Dr. Ausonius Sawczuk explicou os riscos da demora para fazer o procedimento.

“Quando o paciente tem a indicação de um tratamento, principalmente um tratamento mais intervencionista, mais definitivo, que é a revascularização cirúrgica, quanto mais breve for, melhor. Quanto mais tempo o paciente passa com uma artéria que esteja semioclusando, ou em oclusão total, evidentemente maior é o risco associado à espera de tal cirurgia. O ideal é que a gente rodasse cada cirurgia no máximo duas a três semanas. Ou, às vezes, colocar o paciente na frente por causa da gravidade da indicação. Mas essa não é a realidade no Brasil nem em nenhum canto do mundo. Evidentemente, quanto maior a espera, maior o risco de complicações associadas à cirurgia”, explicou o médico.

Na mesma enfermaria, outro caso chama a atenção. O jovem Natan Samuel, de 18 anos, tem problemas recorrentes oriundos de uma meningite. Ele entrou no hospital com quadro de pneumonia há 70 dias. O caso não foi solucionado e, além disso, o jovem vai precisar realizar hemodiálise pelo resto da vida. Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou que o primeiro paciente tem avaliação para cirurgia cardíaca agendada para o próximo dia 13 de fevereiro. Já o segundo paciente tem agendamento de consulta no Instituto Clemente Ferreira para o próximo dia 1º de fevereiro. Ambos foram acolhidos e são acompanhados por uma equipe multiprofissional no Hospital Municipal Dr. Benedito Montenegro.

*Com informações do repórter Luiz Guerra

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