Pacientes temem fim de ambulatório da Unifesp; projeto será votado nesta quarta

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2019 08h25 - Atualizado em 16/10/2019 11h56
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Reprodução CETE Unifesp São dezenas de residentes médicos, estagiários e pós graduandos, a maioria voluntários, responsáveis por mais de 1600 atendimentos por mês

O jogador de futebol americano Bruno Windster rompeu o ligamento cruzado inferior no ano passado. Sem convênio médico, soube que só poderia fazer exames na rede pública para descobrir o problema em seis meses. Cirurgia? Só depois de um ano.

Já estava quase desistindo quando descobriu o Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte, coordenado pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp.

“Conversei com o médico na segunda e na sexta-feira já estava sendo internado para a cirurgia. Foi uma surpresa, um milagre em uma época obscura da minha vida de atleta. Se esse lugar tivesse fechado na ocasião que procurei eu não sei nem se estaria andando normalmente.”

O CETE, como é conhecido o Centro de Ortopedia, atende principalmente atletas – mas também qualquer cidadão. O atendimento é feito exclusivamente pelo SUS, ou seja, de graça.

São dezenas de residentes médicos, estagiários e pós graduandos, a maioria voluntários, responsáveis por mais de 1600 atendimentos por mês. Porém, o futuro do local está ameaçado.

Um projeto de lei, que deve ser discutido nesta quarta-feira (16) na Câmara dos Vereadores de São Paulo, pode mudar a concessão do terreno onde o centro funciona desde 2009. Enviado pela gestão Bruno Covas no ano passado, o texto quer melhorar o rendimento de espaços públicos ociosos.

A Unifesp quer manter o CETE no local onde funciona atualmente, no antigo Clube Adamus. No entanto, o Comando do 8º Distrito Naval, que fica na região, também mostrou interesse no terreno.

O vereador Police Neto (PSD), explica que cabe à Câmara decidir o destino do local. “Qual das finalidades entre aquilo que é apresentado pela Marinha e o que é apresentado pelo Hospital São Paulo mais importa a população? É o resultado social desse debate, dessa pesquisa, que teremos a decisão.”

Os médicos, fisioterapeutas e profissionais que atuam no CETE pedem que os vereadores conheçam o trabalho realizado no local e avaliem se os serviços devem ou não continuar.

O doutor Alberto Pochini, chefe da disciplina de Medicina do Esporte e Atividade Física, explica que mesmo a troca de terreno seria prejudicial para o ambulatório. “Caso tenhamos que sair, esse atletas e praticantes que não tem estrutura de atendimento com certeza vão ficar bastante deficientes em função de qualquer outra estrutura que não está montada, como aqui.”

Nesta terça-feira (15), alunos de medicina da Unifesp, médicos e profissionais se reuniram para protestar contra o possível fechamento do Centro.

A paciente Thainara Silva, que luta judô e se recupera de uma lesão no joelho, espera que a situação se resolva. “Eu acho que tirar é complicado. Eles deveriam é ceder mais locais porque tem pessoas de São Paulo que vem para cá e de fora também. A demanda é muito grande.”

O Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte fica na Rua Estado de Israel, 636, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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