‘Pandemia não muda nada para o Brasil’, diz Mandetta sobre coronavírus
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acredita que a Organização Mundial da Saúde (OMS) demorou a declarar estado de Pandemia por conta do coronavírus. Entretanto, segundo o ministro, a declaração “não muda nada” para a situação da doença no país.
Durante a participação em uma Comissão Geral convocada na Câmara para debater o assunto na quarta-feira (11), Mandetta lembrou que o vírus foi identificado no ano passado. Na avaliação do ministro, se a OMS tivesse agido logo após o aparecimento dos primeiros casos, a infecção poderia ter ficado restrita ao território chinês.
De qualquer forma, segundo ele, a declaração de pandemia já era esperada e, na prática, não muda nada para o Brasil. “Agora de uma maneira até que certo ponto tardia, a OMS concorda com a posição brasileira que estávamos frente a uma pandemia. Pandemia é uma situação em que um vírus tem alta capacidade de presença em continentes e transmissão sustenta em vários desses continentes.”
Segundo os dados do ministério da Saúde, há mais de 50 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no país, e cerca de 900 são investigados.
Apesar de o índice de mortalidade da doença ser considerado baixo, como lembra do ministro Luis Henrique Mandetta, as suspeitas sobrecarregam o sistema público de saúde. “O vírus é extremamente duro e ele derruba o sistema de saúde. Se ele não tem uma letalidade individual elevada, ele tem uma letalidade ao sistema de saúde.”
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), garante que o Parlamento vai atuar na agenda de forma urgente para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus. Ele lembrou que é preciso discutir ações de longo prazo para blindar a economia, mas defendeu que, antes, sejam adotadas medidas para garantir a saúde da população.
“São esses os dois pontos os mais importantes: primeiro colaborar com o governo para que a gente possa cuidar da melhor forma possível da população brasileira e o segundo os impactos econômicos.”
Antes da declaração da pandemia, a definição de casos suspeitos usada no Brasil excluía viajantes que retornavam da África e Américas do Sul.
Agora, serão investigados como possíveis casos suspeitos pessoas que voltarem de qualquer viagem ao exterior e apresentarem febre e mais um sintoma entre dificuldade respiratória, dor no corpo e tosse. Isso deve fazer com que os números de casos confirmados e investigados aumentem exponencialmente nos próximos dias.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado.
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