Para acelerar aprovação da Previdência, aliados de Bolsonaro vão reduzir falas em comissão

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2019 07h26 - Atualizado em 19/06/2019 07h29
Reprodução/Facebook Debates sobre o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) devem durar cerca de quatro dias

Para tentar agilizar o debate do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a reforma da Previdência e chegar logo à fase de votação, o governo federal orientou os parlamentares de sua base aliada a reduzir os tempos de fala.

Ao todo, 155 parlamentares estão inscritos para falar – 91 da oposição e apenas 64 da base aliada, que não devem utilizar todo o tempo de discurso que têm direito. Muitos governistas, inclusive, abriram mão de discutir o relatório em prol do andamento da tramitação do projeto, considerado o mais importante da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) até então.

Ao todo, o debate deve durar quatro dias. Os 98 membros da comissão especial, titulares e suplentes, tem 15 minutos para falar. Os não membros, 10 minutos cada – o que daria, no total, cerca de 34 horas de discussão, sem considerar o tempo perdido com tumultos e intervalos.

Além disso, qualquer um dos 21 líderes partidários pode falar a qualquer momento por um tempo proporcional ao tamanho da bancada, que vai de três há 15 minutos.

Debate começou ontem

O debate começou nesta terça-feira (18) e a oposição, que aceitou a proposta do governo para não obstruir a discussão, segue criticando o relatório. Apesar das falas contrárias, eles sabem que a reforma da Previdência é necessária para o país. “A economia tem que ter capacidade de ter propostas concretas. Nós, aqui, precisamos garantir que a Previdência e que o sistema de seguridade social sejam sustentáveis para que aquilo que é direito constitucional seja pago hoje e amanhã”, lembrou o deputado Rubens Otoni (PT-GO).

Já os parlamentares favoráveis à proposta do governo lembram a importância da reforma para a recuperação econômica do país. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo, garantiu que o Planalto está satisfeito com o relatório mesmo com as críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao texto.

“O governo está confortável com a retirada dos estados e municípios se isso, como efetivamente nos parece, trás votos para a Previdência, para esse relatório mito bem construído. Até porque nós vivemos numa federação em que a União é autônoma aos estados, que são autônomos em relação aos municípios”, afirmou.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

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