Para aprovar Brexit, Johnson pode convocar eleições gerais
O novo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, iniciou seu mandato deixando claro que vai encerrar o assunto do Brexit de uma vez por todas. Ele discursou nesta quarta-feira (24) depois de ser recebido pela rainha Elizabeth e insistiu que o divórcio da União Europeia vai sair daqui a pouco mais de três meses. O anúncio do novo gabinete dele também demonstrou que o premiê não quer perder tempo nem vacilar nas negociações.
Mais da metade dos secretários da ex-primeira ministra, Theresa May, foram mandados embora. Figuras proeminentes da campanha de separação assumem pastas relevantes. Boris está cercado por pares que pensam igual a ele, apesar da promessa de tentar ser um conservador que pretende unificar o país.
A questão é que o parlamento pensa diferente do primeiro-ministro e o grupo dos que não querem o Brexit a qualquer custo ainda é grande. Por isso, está cada vez mais evidente a impressão de que o primeiro-ministro deve convocar eleições gerais em breve.
Com a formação atual, é bastante provável que a Câmara dos Comuns bloqueie a tentativa de levar o Brexit sem acordo adiante. Dessa forma, Johnson pode tentar se valer do prestígio de início de mandato para ampliar sua maioria na casa e assim seguir com seu plano.
Do lado europeu, parece pouco provável que haja alguma flexibilização nessa reta final do processo – ainda mais agora, com um premiê cercado por um gabinete eurocético. O fato é que o calendário é apertado. O parlamento entra em recesso de verão nesta sexta-feira (26) e, na prática, Boris terá algumas semanas para articular seu plano.
*Com informações do repórter Ulisses Neto
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