Para líder da Escócia, Boris Johnson traça estratégia perigosa para o Brexit

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 30/07/2019 09h42 - Atualizado em 30/07/2019 09h56
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EFE Primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, e Boris Johnson Nesta segunda (29), Johnson entrou sob vaias e saiu pelas portas dos fundos da residência oficial da primeira-ministra local, Nicola Sturgeon

O massacre no presídio em Altamira, no Pará, ganhou ampla repercussão na imprensa europeia nas últimas horas. As publicações por aqui, como a BBC, por exemplo, relatam com horror o confronto entre facções rivais que deixou ao menos 57 mortos.

Só mais uma pá de cal na já amplamente combalida imagem do país no exterior, o que diante de uma barbárie dessas é o menos importante, claro. Mas ainda assim é algo a ser pontuado.

Agora, aqui na Grã-Bretanha, as preocupações sobre o futuro do Reino Unido diante de um cada vez mais provável Brexit sem acordo foram renovadas.

Boris Johnson fez nesta segunda-feira (29) sua primeira visita a Escócia como primeiro-ministro britânico. Johnson entrou sob vaias e saiu pelas portas dos fundos da residência oficial da primeira-ministra local, Nicola Sturgeon.

Chamada pela imprensa conservadora de Londres como a mulher mais perigosa da Grã-Bretanha, Sturgeon fez um duro alerta depois do encontro. Para ela, o chefe do poder central está traçando uma estratégia perigosa de separação a qualquer custo.

A líder escocesa já deu início aos procedimentos legais para tentar a realização de um novo referendo separatista. Os escoceses decidiram, em 2014, por 55% contra 44% permanecer no Reino Unido.

Isso foi antes da votação sobre a União Europeia. Na Escócia, a maioria dos eleitores preferiu ficar no bloco, embora no conjunto a Grã-Bretanha tenha definido a desfiliação.

A impressão cada vez mais forte é a de que Londres optou pelo jogo de cena. O primeiro-ministro diz publicamente que pretende negociar um acordo com a União Europeia, mas impõe condições para sentar-se com Angela Merkel e Emmanuel Macron.

Johnson também cancelou o contato que deveria fazer com o líder da Irlanda – o que é surpreendente já que o país vizinho é questão central nas negociações.

Enquanto isso, a libra esterlina continua despencando no mercado internacional. A desvalorização somente neste mês de julho já ultrapassa os 4%, o pior mês da moeda desde outubro de 2016.

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