‘Para resolver enchentes, solução ideal seria devolver várzea aos rios’, diz Rodrigo Garcia
Para prevenir o caos, como o instalado na última segunda-feira (10) em São Paulo por conta das chuvas, o governador em exercício Rodrigo Garcia aposta em um trabalho conjunto do governo estadual e da Prefeitura. Em entrevista ao Jornal da Manhã, Garcia ressaltou que no município de São Paulo esse diálogo já acontece e isso minimizou os estragos — que poderiam ter sido ainda maiores.
De acordo com o governador em exercício, uma solução definitiva seria devolver as várzeas ao rios — mas isso não é possível devido às moradias irregulares. “As famílias não têm renda suficiente para ter uma casa digna, então existem muitas ocupações irregulares. Temos o exemplo do Jardim Pantanal, na várzea do Tietê. Quando o rio enche, ele ocupa a área que agora está ocupada por bairros.”
Garcia afirma que o Estado de São Paulo está “insistindo e trabalhando” para aumentar as áreas de várzea. “A solução ideal seria remover essa população toda, mas o Estado não tem como fazer isso. Então fazemos o que é possível: rebaixar as calhas e construir piscinões.”
Rodrigo Garcia ressaltou, porém, o trabalho dos 25 piscinões da cidade e que nenhum deles transbordou durante o temporal. “O Estado e a Prefeitura têm que trabalhar em conjunto. A prefeitura tem o trabalho da limpeza de boca de lobo, por exemplo, que é importante para que a água seja escoada para o rio Tietê. Todas as 50 bombas das marginais funcionaram na capacidade máxima, mas isso não foi suficiente para evitar transtornos. Mesmo com o rebaixamento da calha e com menos volume de lixo, ambos rios transbordaram. Foi a maior chuva em 24h dos últimos 40 anos.”
O governador em exercício reforçou que toda métrica que a engenharia usa se baseia no passado, mas que o mundo está mudando. “As mudanças climáticas, as grandes tempestades. Temos um novo ‘comum’. O Estado tem que continuar trabalhando para isso, mas não é sempre que tem orçamento. O Brasil é um país em desenvolvimento. O governador João Doria prioriza a macrodrenagem, então vamos buscar recursos e apoio federal para perseverar nesse programa.”
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