Para vice-presidente da Fiesp, falta de sincronia entre cidades, estados e União atrasa recuperação econômica

Rafael Cervone foi entrevistado no “Jornal da Manhã” deste domingo, 11, e falou sobre como aumento no gás causa efeito direto na indústria

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2021 10h23
Jornal da Manhã/Reprodução de vídeo/11.04.2021 Rafael Cervone, vice-presidente da Fiesp Rafael Cervone, vice-presidente da Fiesp, foi entrevistado do Jornal da Manhã neste domingo

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rafael Cervone, conversou com apresentadores do Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste domingo, 11, sobre como a crise na indústria diante da Covid-19 é agravada com o aumento do preço do gás no Brasil . De acordo com Cervone, o gás é um insumo fundamental para a indústria e a aprovação recente da Lei do Gás, sancionada sem vetos pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana, deve melhorar a competitividade no cenário nacional. Ainda assim, os aumentos previstos para 2021 impactarão diretamente no setor. “Acabamos de receber a notícia que a partir de primeiro de maio o gás vai aumentar 39%. Isso dá um impacto de 31% no custo da indústria. A energia para a indústria de base, para a indústria intensiva, em máquinas e equipamentos, é muito relevante em um momento que não poderia ser pior”, afirmou, lembrando que a Covid-19 atingiu o Brasil após um longo período de recessão e mais de 520 mil empresas encerraram suas atividades até junho de 2020.

Usando exemplos internacionais, Cervone lembrou do incentivo fiscal dos Estados Unidos à indústria dentro do pacote trilionário anunciado por Joe Biden após assumir a presidência. A medida também é considerada pelo parlamento europeu. “Sabe uma das formas que ele está fazendo isso? Devolvendo impostos para a indústria, para que ela possa passar por esse momento e ajudar os países a se recuperarem e a voltarem a uma condição de normalidade. A indústria tem feito o seu trabalho”, lembrou. O representante da Fiesp citou uma série de ações feitas pela federação nas áreas de reparos de materiais de saúde e até mesmo de fornecimento de alimentos para a população, mas criticou o descompasso dos poderes públicos na contenção da crise. “Não há um alinhamento entre o governo federal, estaduais e municipais. Cada um vai em uma direção, sem uma sincronia, sem uma sinergia. Isso atrasa a recuperação da economia. Nós precisamos agora de vacinas de uma maneira muito mais rápida. Isso foi um pouco de falta de planejamento. Ou seja: é a tempestade perfeita”, lembrou.

Confira o “Jornal da Manhã” deste domingo 11, na íntegra:

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