Paraisópolis reforça laços de solidariedade para combater novo coronavírus
A favela de Paraisópolis, em São Paulo, com uma população de mais de 100 mil habitantes, está lutando contra a covid-19. Os moradores costuram máscaras, caminhões desinfetam as vias, e “presidentes de rua” identificam famílias com problemas.
Graças ao dinheiro arrecadado de forma online e às doações, eles também conseguiram contratar profissionais de saúde e ambulâncias. Com suas ruas estreitas, Paraisópolis fica ao lado do Morumbi, um dos bairros mais ricos da capital paulista.
O líder comunitário Gilson Rodrigues afirma que é muito difícil fazer com que as pessoas fiquem em casa. Nas ruas, é fácil verificar a afirmação de Gilson.
Quase ninguém usa máscaras, o trânsito é constante, e muitas lojas, mesmo as não essenciais, estão abertas, descumprindo a quarentena determinada pelo governo do estado.
Viviane de Lima mora com o marido, a sogra e seis filhas em um apartamento de dois quartos. Ficar em casa e manter distância social nessas condições é um desafio.
Ela diz que o marido, que é mecânico, até quer obedecer as recomendações, mas tem que trabalhar.
Ajuda
Enquanto uma linha de produção faz milhares de máscaras, outra cozinha mais de 2 mil almoços por dia em um armazém onde operava um centro de atividades para idosos.
Ao lado, três ambulâncias aguardam para atender chamadas da comunidade. O enfermeiro Anderson Matos foi contratado para atender as pessoas que necessitarem de auxílio.
A favela tem neste momento ao menos nove suspeitas de morte por covid-19. O líder comunitário Gilson Rodrigues diz que Paraisópolis, a 20 minutos de carro da UTI mais próxima, está se preparando “para o pior cenário”.
Essa é a realidade de várias favelas brasileiras que, na ausência do Estado, procuram combater o novo coronavírus com iniciativas próprias.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni
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