Pastor brasileiro na Nova Zelândia: ‘Nunca ouvimos ou tivemos incidente como esse no passado’

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2019 09h22
EFE “A gente não sabe o procedimento da Polícia, se as coisas vão abrir amanhã ou não”, disse o brasileiro

Dois ataques a mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, na tarde desta sexta-feira (15), horário local, aterrorizaram um país que não possui casos passados de terrorismo. Até o momento, a Polícia contabiliza 49 mortes e 48 feridos, e a orientação é para que as pessoas não saiam de suas casas.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o pastor brasileiro Eduardo Ramos Mendonça, que vive em Christchurch há exatos 12 anos, relatou que a Nova Zelândia tem diversidade grande de cultura e religiões. “Temos todas as religiões representadas aqui, nunca ouvimos ou tivemos incidente como esse no passado. Temos liberdade grande de expressão religiosa aqui e nunca fomos reprimidos”, disse.

Segundo Mendonça, os ataques a mesquitas são fatos isolados “e que pegou todos de surpresa”.

O pastor brasileiro ressaltou ainda a recomendação das autoridades para que as pessoas voltassem para suas casas e não saíssem. “Depois de três horas do acontecido eles já tinham capturado os criminosos, mas eles deixaram claro que não conseguem afirmar se tem mais pessoas ou se podem ter mais ataques. Pediram que estivéssemos atentos”, contou.

Aos religiosos que acompanham os cultos nas igrejas em que Mendonça pastoreia a orientação é de que ela não irá ocorrer neste sábado (16), como normalmente ocorre. “A gente não sabe o procedimento da Polícia, se as coisas vão abrir amanhã ou não”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o pastor brasileiro Eduardo Ramos Mendonça:

Ataques

Duas mesquitas em Christchurch, terceira maior cidade da Nova Zelândia, sofreram ataques a tiros nesta sexta-feira (15). Dezenas de pessoas ficaram feridas. Até o momento, segundo a Polícia, são pelo menos 49 mortos e 48 feridos.

A Polícia confirmou que o alerta continua em nível máximo em todo país, por conta dos ataques, classificados de “terroristas”.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, afirmou que esta sexta “é um dos dias mais sombrios” da história do país. As autoridades locais pediram que as pessoas não saiam às ruas. “Isto só pode ser descrito como um ataque terrorista”, afirmou a premiê.

Um homem vestido de preto foi visto entrando na Masjid Al Noor por volta das 13h45, e logo depois várias rajadas de tiros foram ouvidas. Muitas pessoas correram para fora do local. Na mesquita Linwood Masjid, que fica em um subúrbio de Christchurch, cinco tiros foram ouvidos, e há relatos de ao menos dois feridos.

Quatro pessoas chegaram a ser detidas, segundo o comissário da Polícia da Nova Zelândia, Mike Bush. Ele manifestou que apresentaram acusações por assassinato contra um dos detidos, descrito como um homem de aproximadamente 30 anos, que estará à disposição da Justiça.

Dos outros três detidos, o comissário afirmou que dois estavam de posse de armas e o envolvimento deles no ataque será investigado, enquanto que a quarta pessoa não tinha relação com o caso e foi liberada.

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