PCC controlava cobrança de dentro e fora de cadeias, diz PF

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2019 08h20 - Atualizado em 07/08/2019 10h51
Agência Brasil Polícia prende terceiro suspeito de roubo de ouro em Guarulhos Segundo a Polícia Federal, quase de R$ 1 milhão por mês circulava nas contas mantidas pelo núcleo

A Polícia Federal desarticulou nesta terça-feira (6) um núcleo financeiro do PCC que arrecadava rifas e mensalidades de membros da facção em todo o país. A operação cravada prendeu 28 pessoas, sendo que oito mandados foram cumpridos em presídios do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Em esquema de pirâmide, a contribuição vinha de comparsas da base do grupo e chegava até os líderes, que administravam o dinheiro. A ação do núcleo partia de dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e alcançava outros seis estados.

Os pagamentos eram repassados por meio de contas bancárias de passagem, nas quais eram depositadas uma quantia de dinheiro pequena e de forma intercalada, para dificultar o rastreamento de órgãos de fiscalização. Segundo a PF, quase de R$ 1 milhão por mês circulava nas contas mantidas pelo núcleo. Cerca de 400 foram bloqueadas.

O coordenador da operação, delegado Martin Bottaro Purper afirma que o dinheiro era usado para sustentar parte da estrutura do PCC. “Esse dinheiro diz respeito ao que é gasto para sustentar a sua estrutura de rede, que é montada em volta das cadeias.”

O dinheiro arrecadado também era utilizado para transporte e estadia de familiares de presos ligados a facção. A Polícia ainda afirma que os visitantes dos presos recebiam dinheiro para colaborar com o fornecimento de informações

O delegado Martin Bottaro Purper, ressalta que os presos do PCC se comunicavam com comparsas no exterior dos presídios por meio de bilhetes. Para os investigadores, o isolamento de antigas lideranças do PCC colaborou com a operação, porque fragilizou o esquema e permitiu maiores descobertas

O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, esclarece, no entanto, que uma única operação não vai acabar com todo o poder econômico da facção

Em São Paulo, a ação ocorreu no presídio de Valparaíso, conhecido por abrigar lideranças do PCC. Também foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão.

*Com informações da repórter Victoria Abel

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