PEC da reforma tributária da Câmara ‘piora o impiorável’, afirma Flávio Rocha
Empresários dos mais diversos setores se reuniram contra a PEC 45, a reforma tributária apresentada pelo deputado Baleia Rossi e elaborada pelo economista Bernard Appy. De acordo com eles, a proposta que tramita na Câmara dos Deputados “piora o ‘impiorável'”.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o dono da Riachuelo e um dos idealizadores do movimento, Flávio Rocha, explicou o descontentamento dos colegas.
“A gente não imaginava que uma proposta de reforma tributária conseguisse piorar o ‘impiorável’. A PEC 45 consegue agravar os problemas. Em vez de melhorar a situação, ela empurra categorias inteiras para a informalidade.”
Segundo Rocha, a proposta atual “desonera fortemente setores imunes a informalidade e joga uma carga brutal em setores extremamente frágeis, que já sofrem no dia a dia com a concorrência informal”. “Em tradução, se desonera o IPI do automóvel e joga carga tributária na manicure, no cabeleireiro e no restaurante”, explica.
O empresário ressalta, porém, que não é contra a uma reforma tributária — mas sim contra a proposta da Câmara. “O problema de origem é a sobrecarga das bases tributárias clássicas. Você tem 70 impostos caindo sobre alicerces podres. Quando você chega nesse nível de sobrecarga, você deixa para trás qualquer ilusão de justiça social. A lógica é arrancar o que der de cada atividade econômica.”
Flávio Rocha reforçou que a mobilização visa exclusivamente focar nos problemas e no impacto “devastador” que aconteceria conforme a proposta prosperasse. “A medida que a PEC 45 caminha para a reta final, mais tentamos mostrar seus impactos negativos. O momento é de mostrar as fragilidades e abrir mais canais de diálogo.”
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