Pedidos de aposentadoria aumentam 54% de junho para julho, segundo o INSS
Órgão negou relação com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara
O número de pedidos de aposentadoria aumentou 54% de junho para julho de 2019, de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O crescimento, que coincide com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, foi de 133 mil para 235 mil pessoas.
O INSS nega a relação. Segundo o órgão, o aumento se deve à ampliação dos serviços digitais para fazer os pedidos. Além disso, alerta a quem já reúne as condições necessárias para se aposentar que não se apresse, pois não será afetado pela reforma. Nesta sexta-feira (30), a Previdência foi assunto na sessão de debates do Senado.
O senador Izalci Lucas (PSDB) destacou um problema que muitos enfrentam na hora de se aposentar: a falta de planejamento financeiro. “Tudo que se ganha gasta, ninguém poupa nada. O Brasil deve ser um dos piores países em poupança do mundo, vem a questão da Previdência e todo mundo fica desesperado, porque ninguém se preparou para a aposentadoria”, afirmou.
Os parlamentares também comentaram o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB), entregue na última semana ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Se aprovado, vai trazer uma economia de R$ 1,350 trilhão — maior do que os R$ 930 bilhões previstos no texto da Câmara.
Apesar de ser contra a reforma, o senador Paulo Paim (PT) elogiou o fato do relator ter retirado do texto mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Se a família tem dois filhos deficientes, por exemplo, e o pai ganha um salário mínimo, já não teria direito ao BPC [se não houvesse a mudança no texto]”, ressaltou.
Votação pode atrasar
A votação da reforma, prevista para a próxima quarta-feira (4), pode ficar para o dia seguinte, de acordo com Jereissati. O atraso pode ocorrer se as discussões se alongarem, afirmou o relator.
Até o momento, foram apresentadas 287 emendas à proposta, 135 entre terça e quarta-feira, após Jereissati apresentar o relatório. Ele deverá se manifestar sobre as novas emendas antes da votação. Depois, os parlamentares poderão apresentar novas sugestões de alterações no plenário.
* Com informações do repórter Levy Guimarães
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