Pelo 4º dia, franceses bloqueiam estradas em manifestação contra aumento no valor de combustíveis

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 20/11/2018 08h30
EFE O governo não esconde a preocupação com os atos dos chamados "coletes amarelos"

Os franceses estão enfrentando o que seria uma versão local da greve dos caminhoneiros que o Brasil passou recentemente. Pelo quarto dia consecutivo, milhares de pessoas estão bloqueando estradas em manifestação contra o aumento no preço dos combustíveis.

Ainda não é uma paralisação com consequências tão graves quanto a registrada no Brasil em maio deste ano.

Mesmo assim, o próprio governo não esconde a preocupação com os atos dos chamados “coletes amarelos”, já que os manifestantes estão nas estradas com coletes refletivos de alta visibilidade, que são obrigatórios em todos os veículos do país.

No final de semana, foram mais 300 mil pessoas em todo o país participando dos protestos, que acabaram descambando para a violência. Os dados oficiais apontam para mais de 400 feridos, incluindo um grande número de policiais.

Os bloqueios continuam nesta terça-feira (20), apesar do frio intenso, e ministros do governo Emmanuel Macron estão nas emissoras de rádio e televisão do país pedindo calma para a população.

Mas o fato é que o presidente está sendo um dos principais alvos dos protestos e há uma insatisfação profunda com as decisões recentes dele.

Na verdade, os preços dos combustíveis na França subiram não para aumentar o lucro de uma petroleira estatal, mas principalmente porque Macron decidiu aumentar os impostos para desestimular o consumo da população e, ao mesmo, incentivar o uso de veículos com combustíveis alternativos.

O preço do diesel subiu 23% nos últimos 12 meses chegando ao preço médio de um euro e 51 centavos por litro, ou o equivalente a R$ 6,50.

A maioria da população francesa, de acordo com as pesquisas de opinião, pede que os aumentos sejam revertidos, mas o governo diz que não irá ceder.

Assim os protestos contra o presidente Macron continuam, provando que o namoro entre eleitores e o outsider da política francesa não durou muito tempo.

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