Pesquisadores brasileiros e europeus desenvolvem técnica que pode ajudar a criar vacinas orais

A pesquisa foi publicada na revista científica Nature, uma das mais prestigiadas do mundo

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2019 07h09 - Atualizado em 23/04/2019 09h22
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Reprodução Reprodução As vacinas orais não demandam uma enorme produção de seringas descartáveis e evitam as reações nos lugares onde as injeções são aplicadas

Pesquisadores brasileiros do Instituto de Física da USP e do Instituto Butantan, em parceria com cientistas europeus, desenvolveram uma técnica que pode ajudar a criar vacinas orais. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature, uma das mais prestigiadas do mundo.

Ao contrário das vacinas injetáveis, as vacinas orais não demandam uma enorme produção de seringas descartáveis e evitam as reações nos lugares onde as injeções são aplicadas. O problema é que é difícil fazer com que as moléculas de uma vacina passem intactas por todo o sistema digestivo.

É aí que entra o trabalho dos cientistas: os pesquisadores conseguiram desenvolver cápsulas microscópicas feitas de sílica e capazes de proteger os antígenos, fazendo com que a vacina realmente seja absorvida.

A cápsula transportou moléculas da vacina contra hepatite B, que são moléculas grandes, e permitiu aos cientistas observar melhor o comportamento dessas substâncias.

E em Israel, uma equipe de cientistas usou uma impressora 3D para produzir um protótipo de coração com tecido humano, com direito até a vasos sanguíneos. O coração tem o tamanho de uma cereja e foi feito a partir de células do próprio paciente, que os cientistas retiraram por meio de uma pequena biópsia de tecido adiposo.

O cardiologista Fábio Jatene, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, explicou que isso é importante porque, no caso de um transplante, isso diminui as chances de rejeição do organismo, já que o órgão transplantado teria o mesmo código genético do paciente.

O diretor da equipe de pesquisa, Tal Dvir, explicou que o próximo passo é amadurecer as células pra que elas se comuniquem e passem a se contrair de forma sincronizada, da mesma forma que um coração faz. Em um ou dois anos, o cientista espera poder transplantar esses corações em animais pequenos, como ratos.

O cardiologista Fábio Jatene falou sobre os requisitos para que essa tecnologia possa ser usada nos transplantes.

A Organização Mundial da Saúde afirma que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo.

*Informações da repórter Mariana Janjácomo

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