Pesquisadores protestam por valorização na carreira após aumento de 50% no salário do governador de SP

Levantamento encomendado pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) mostra que a categoria teve aumentos muito abaixo da inflação nos últimos dez anos

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2022 08h28
Reprodução/Jovem Pan News protesto-pesquisadores-palacio-dos-bandeirantes-salario-reproducao-jovem-pan-news Pesquisadores se reuniram na frente do Palácio do Planalto para reivindicar uma maior valorização da categoria

Nesta quarta-feira, 7, pesquisadores protestaram pacificamente em frente ao Palácio dos Bandeirantes por valorização da carreira em resposta ao aumento de 50% nos salários do governador e do alto escalão do governo de São Paulo aprovado pela Assembleia Legislativa na semana passada. A mobilização foi organizada pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que afirma que a categoria teve aumentos abaixo da inflação. Segundo um estudo encomendado pela entidade, o índice de inflação acumulado entre novembro de 2013 e outubro de 2022 foi de 70,4%. Neste mesmo período, os governadores, vices e secretários tiveram reajuste de 67,3%, enquanto os cientistas tiveram apenas 13,85% de acréscimo. Em entrevista à Jovem Pan News, a presidente da APqC, Patrícia Bianca Clissa, afirmou que são dez anos sem aumento para a categoria: “Essa desvalorização é muito desmotivante, além de que o quadro de funcionários está se esvaziando muito nos institutos. São muitos cargos vagos e o trabalho não é realizado da forma para poder desenvolver o potencial que tem”.

Em junho, a associação entregou uma proposta de restruturação da remuneração dos pesquisadores científicos, mas não obteve retorno do governo de Rodrigo Garcia. Patrícia ainda ressaltou a importância do uso correto de verbas e do aumento do investimento em ciência: “O conhecimento gerado através das pesquisas resultam, por exemplo, em novas vacinas e novos medicamentos. Isso tudo não pode ser interrompido pela falta de servidores e funcionários, ou mesmo por funcionários trabalhando de forma muito desmotivada porque não têm uma valorização condizente com o que ocorreu na inflação nos últimos dez anos”.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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