Pessoas com deficiência denunciam falta de acessibilidade em estações de trem de SP

Reportagem da Jovem Pan News acompanhou o cotidiano da cadeirante Sandra Ramarioso, que revelou as dificuldades e prejuízos que enfrenta ao tentar se locomover com o transporte público da capital paulista

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2022 12h22
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Reprodução/Jovem Pan News sandra-ramarioso-cadeirante-cadeira-de-rodas-cptm-trem-sao-paulo-acessibilidade-reproducao-jovem-pan-news Na reportagem da Jovem Pan News, Sandra Ramarioso mostrou o descaso da acessibilidade nos trens e estações de São Paulo

A reportagem da Jovem Pan News acompanhou o cotidiano de Sandra Ramarioso, que teve poliomielite aos 3 meses de idade, como sequela perdeu o movimento das pernas e hoje depende de uma cadeira de rodas. Ela entrou em contato com a equipe do Jornal da Manhã para contar sobre as dificuldades que enfrenta nos trens e metrôs de São Paulo. A primeira barreira é a falta de informação: “Você fica perdido, não tem uma informação de para onde você vai, como você vai e onde chegar no elevador, por exemplo”. Durante o embarque, na estação Barra Funda, Sandra recebeu ajuda de um funcionário da CPTM para embarcar no vagão. Contudo, ao tentar desembarcar na estação Vila Clarice, um vão muito grande entre a plataforma e o vagão impediu o desembarque. Foi preciso acionar um funcionário, que avisou que não havia acessibilidade na estação. Sem elevadores ou escadas rolantes, Sandra foi impedida de deixar o local. Ela seguiu então até a estação Vila Aurora, onde o vão entre a plataforma e o vagão também impede que a cadeirante saia sozinha. Enquanto ela espera ajuda dos funcionários, os demais passageiros precisam esperar com o trem parado.

Em uma segunda viagem, da estação Vila Aurora com sentido São Paulo, a reportagem encontrou um menino cadeirante que também ocupou o vagão destinado para quem usa cadeira de rodas. Sem espaço adequado, Sandra declarou a insegurança causada pelo balanço do transporte e o problema da ausência mais locais para cadeirantes: “Se for pegar um ônibus, é um espaço por ônibus. Se for pegar o trem, é uma vaga (…) Tem lugar para um só, e o outro tem que se virar”. Diante das dificuldades registradas pela reportagem, a idosa fez um apelo: “Com a acessibilidade as estações e as pessoas precisam se preocupar melhor com a outra pessoa. Por exemplo, às vezes se preocupam com deficientes auditivos, mas também tem que pensar que um idoso também já não vai ouvir tão bem. Então precisa ter painéis escritos e outras formas de comunicação”.

Em nota, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) disse quem tem melhorado e ampliado as estruturas de algumas estações da rede de trens. Já foram entregues obras de acessibilidade nas estações Capuva, Prefeito Saladino e Engenheiro Manoel Feio. A CPTM esclareceu ainda que tem projetos para adequação da acessibilidade nas estações Aracaré, Itaquaquecetuba, Mooca, Ipiranga, Santo André, Mauá e também nas estações da linha Rubi contempladas no projeto dos trens intercidades.

*Com informações da repórter Carolina Abelin e do produtor Luiz Guerra

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