Ex-presidente da BRF é preso em nova fase da Carne Fraca

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2018 07h07 - Atualizado em 05/03/2018 09h29
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Reprodução/Facebook Esta fase da Carne Fraca não envolve crimes de corrupção, e as apurações decorrem de investigações da Polícia Federal da primeira e segunda fases, que tinham dezenas de frigoríficos como alvos

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (05) uma nova fase da Operação Carne Fraca, que tem como alvo um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF.

O ex-diretor-presidente da empresa, Pedro De Andrade Faria, foi preso temporariamente nesta manhã, em São Paulo. Ele deixou o cargo em novembro do ano passado.

São cumpridos 91 mandados decretados pela Justiça Federal do Paraná. Na terceira fase da Carne Fraca, batizada de Operação Trapaça, policiais federais cumprem 11 mandados de prisão temporária e 27 de condução coercitiva.

Outros 53 mandados de busca e apreensão são realizados em unidades da BRF.

Duzentos e setenta policiais federais e 21 auditores fiscais federais agropecuários cumprem mandados no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo.

A operação desta segunda tem como alvo o esquema de fraudes contra o Ministério da Agricultura e o mercado supostamente praticados por empresas do gigante do setor de carnes e processados.

De acordo com a PF, as investigações apontaram que cinco laboratórios credenciados à pasta e setores de analises de determinado grupo empresarial fraudavam resultados de exames em amostras de processo industrial. Desta forma, os laboratórios informavam dados fictícios em laudos e planilhas técnicas ao Serviço de Inspeção Federal.

Esta fase da Carne Fraca não envolve crimes de corrupção, e as apurações decorrem de investigações da Polícia Federal da primeira e segunda fases, que tinham dezenas de frigoríficos como alvos.

Os envolvidos nesta fase podem responder, segundo a PF, por crimes como falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha ou bando, além de crimes contra a saúde pública, entre outros.

As fraudes tinham como objetivo burlar o Serviço de Inspeção Federal para permitir que o Ministério fiscalizasse a qualidade do processo industrial da BRF.

Operação Trapaça

Segundo a Polícia Federal, “Trapaça” é uma alusão ao sistema de fraudes operadas por um grupo empresarial do ramo alimentício e por laboratórios de análises de alimentos. Consentiam com as fraudes executivos do grupo, do corpo técnico e profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos da BRF.

No Paraná, os mandados são cumpridos em Curitiba, Araucária, Carambeí, Castro, Palmeira, Ipiranga, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Dois Vizinhos, Toledo e Maringá. Em Goiás, os mandados são cumpridos em Mineiros e Rio verde. No RS, mandado em Arroio do Meio. Em SC, as cidades de Chapecó e Treze Tílias.

No Estado de SP, os mandados são cumpridos em Piracicaba, Santana do Parnaíba, Sorocaba, Vinhedo, São Paulo e Porto Feliz.

Futuro de Conselho

O Conselho de Administração da BRF se reúne nesta segunda-feira (05) para decidir por sua destituição; a tendência é que Abilio Diniz seja removido da presidência e seja substituído por Augusto Marques da Cruz Filho.

O encontro foi convocado pelos dois fundos de pensão do País, Petros, da Petrobras e Previ, do Banco do Brasil. Eles detêm 22% das ações da empresa.

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