PF diz que suposta milícia digital usa estrutura do Estado para ataques

Em relatório parcial encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Denisse Ribeiro aponta que a organização criminosa atua contra a democracia e as instituições

  • Por Jovem Pan
  • 11/02/2022 07h30 - Atualizado em 11/02/2022 09h38
Agência Brasil/Arquivo Dois homens de costas com coletes da Polícia Federal Delegada avalia que a investigação deve ter continuidade, diante dos elementos que apontam crimes cometidos pelo grupo

A delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal (PF), encaminhou relatório parcial ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aponta a existência de uma suposta milícia digital que atua contra a democracia e as instituições. Segundo a delegada, essa organização utiliza, inclusive, a estrutura do Estado. De acordo com a Polícia Federal, o grupo teria uma atuação orquestrada, com o propósito de difundir os ataques e/ou desinformação, criando ou deturpando dados para obter “vantagens financeiras e/ou políticas partidárias dos envolvidos”. Denisse afirma também que a suposta milícia digital atua de forma anônima e tem como alvo os adversários políticos, ministros do STF e integrantes do próprio governo e da imprensa. Para a Polícia Federal, a ação do grupo estimula a polarização e o acirramento do debate com os ataques.

O relatório encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes também afirma que algumas ações realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados demonstram articulação do grupo para criar e impulsionar notícias sabidamente falsas como, por exemplo, pode citar a questão do tratamento precoce contra a Covid-19, com o uso da hidroxicloroquina, cloroquina e azitromicina, bem como a menção de elaboração de dossiê contra ministros. No relatório, a delegada também avalia que a investigação deve ter continuidade diante dos elementos recolhidos que apontam vários possíveis crimes cometidos pelo grupo. Ela indica que novas diligências devem ser feitas, além de novos depoimentos, cruzamentos de dados e até outras medidas.

*Com informações da repórter Iasmin Costa

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