Lava Jato do Rio volta a cumprir prisões em operação contra fraudes na Saúde
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira (04) um desdobramento da Operação Fatura Exposta, que investiga esquemas de corrupção na Secretarial de Saúde do Estado fluminense. A Operação Ressonância cumpre 22 mandados de prisão no Rio, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e no Distrito Federal – 13 mandados de prisão preventiva e nove mandados de prisão temporária, além de 43 mandados de busca e apreensão.
Neste desdobramento, o Ministério Público Federal se debruça sobre grandes multinacionais que fornecem material hospitalar e estão envolvidas em fraudes em licitação e formação de cartel.
Segundo a PF, há um suposto cartel que fraudou licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a Secretaria de Saúde do Rio e para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Um dos alvos é o empresário Miguel Iskin, preso na primeira fase e solto meses depois pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
“Os mandados foram expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e também foi determinada a intimação de um ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro”, diz a Federal. Há um mandado de busca e apreensão contra o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes.
Dados do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apontam “a atuação de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do Into”, afirma a PF.
A Polícia Federal ainda diz, por meio de nota, que o “objetivo dessa atuação seria direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento do Instituto. Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo para ampliar as chances de sucesso”.
“Na ação de hoje são investigadas 37 empresas e os crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, conclui a PF.
Segundo a corporação, o nome da ação, Ressonância, “é uma referência ao tipo exame médico utilizado para diagnosticar a existência de doenças e a sua extensão”.
Primeira etapa
Na primeira parte da Operação, deflagrada em abril do ano passado, foram presos Iskin, Sérgio Côrtes e o empresário Gustavo Estellita. A operação investigava fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Into.
Segundo as investigações, os desvios chegaram a R$ 300 milhões entre 2016 e 2017.
*Com informações de Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.