Lava Jato do Rio volta a cumprir prisões em operação contra fraudes na Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2018 07h06 - Atualizado em 04/07/2018 09h39
Marcelo Camargo/Agência Brasil PF Vinte e três mandados de prisão são cumpridos no Estados do RJ e SP

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira (04) um desdobramento da Operação Fatura Exposta, que investiga esquemas de corrupção na Secretarial de Saúde do Estado fluminense. A Operação Ressonância cumpre 22 mandados de prisão no Rio, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e no Distrito Federal – 13 mandados de prisão preventiva e nove mandados de prisão temporária, além de 43 mandados de busca e apreensão.

Neste desdobramento, o Ministério Público Federal se debruça sobre grandes multinacionais que fornecem material hospitalar e estão envolvidas em fraudes em licitação e formação de cartel.

Segundo a PF, há um suposto cartel que fraudou licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a Secretaria de Saúde do Rio e para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Um dos alvos é o empresário Miguel Iskin, preso na primeira fase e solto meses depois pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

“Os mandados foram expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e também foi determinada a intimação de um ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro”, diz a Federal. Há um mandado de busca e apreensão contra o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes.

Dados do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apontam “a atuação de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do Into”, afirma a PF.

A Polícia Federal ainda diz, por meio de nota, que o “objetivo dessa atuação seria direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento do Instituto. Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo para ampliar as chances de sucesso”.

“Na ação de hoje são investigadas 37 empresas e os crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, conclui a PF.

Segundo a corporação, o nome da ação, Ressonância, “é uma referência ao tipo exame médico utilizado para diagnosticar a existência de doenças e a sua extensão”.

Primeira etapa

Na primeira parte da Operação, deflagrada em abril do ano passado, foram presos Iskin, Sérgio Côrtes e o empresário Gustavo Estellita. A operação investigava fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Into.

Segundo as investigações, os desvios chegaram a R$ 300 milhões entre 2016 e 2017.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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