PF e Receita desmantelam quadrilha familiar que movimentava milhões em drogas no MS
Uma quadrilha de tráfico de drogas com traços de máfia foi desmontada pela Polícia Federal do Mato Grosso do Sul e Receita Federal nesta segunda-feira (25).
A operação Laços de Família é fruto de uma investigação de três anos que traz números importantes sobre quantidade de drogas traficadas e valores financeiros.
Uma família, do município de Mundo Novo, no cone sul do Estado, era quem chefiava o grupo e, numa estrutura de pirâmide, um policial militar estava no topo da operação. Segundo a Polícia Federal, o grupo movimentava pelo menos uma tonelada de maconha por mês e milhares de reais em dinheiro e joias eram transportados de helicóptero.
A investigação aponta que a família distribuía a droga trazida do Paraguai para outros Estados brasileiros a partir de Mato Grosso do Sul. O grupo fornecia drogas para o Primeiro Comando da Capital (PCC), que pagava com dinheiro, joias e veículos de luxo.
A PF ainda aponta que os chefes da família mafiosa moravam em mansões e utilizavam carros de mais de milhão de reais. Além disso, eram violentos, com o registro de casos de tortura envolvendo seus integrantes e, no ano passado, o assassinato de um dos principais chefes do grupo.
Nos três anos de investigação a Polícia Federal apreendeu 27 toneladas de maconha, mais de R$ 317 mil em dinheiro; joias avaliadas em mais de R$ 81 mil, duas pistolas, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga, além de prender seis pessoas.
Na operação desta segunda-feira foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e temporária, sendo 14 em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Naviraí e Mundo Novo. Outros dois foram presos em Astorga, no Paraná. Três mandados foram cumpridos em unidades penais e três suspeitos estão foragidos.
Também foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande outros 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 de apreensão de veículos terrestres, 7 de apreensão de helicópteros, 5 apreensões de embarcações de luxo e 25 de apreensão de imóveis (apartamentos, casas, sítios e estabelecimentos comerciais), em Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
Das sete aeronaves apreendidas, uma segundo a Polícia Federal, pertence a um dos investigados por envolvimento nas execuções de dois chefes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro deste ano.
*Informações do repórter Fernando Martins
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