PF vê ligações suspeitas entre Temer e João Batista Lima e intima ex-coronel a depor novamente
A Polícia Federal quer ouvir novamente João Batista Lima Filho sobre o caso que envolve o presidente da República e propinas no setor portuário. O ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo é ex-assessor e também amigo de Michel Temer.
Ele foi intimado a depor no inquérito que apura favorecimento de empresas no setor de portos com um decreto assinado pelo presidente Temer em 2017. A suspeita do Ministério Público é de que executivos de uma companhia portuária pagaram propina para que a empresa fosse beneficiada com a medida.
A Polícia Federal encontrou doze ligações telefônicas entre Temer e o coronel aposentado, em um mês, além de chamadas para homens importantes do governo. No aparelho também foram encontrados contatos do empresário da JBS Joesley Batista, do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e do ex-assessor do presidente, Jose Yunes.
O telefone do ex-coronel foi apreendido na Operação Patmos, deflagrada em maio do ano passado com base na delação premiada da J&F. Lima foi apontado como intermediário de propina para o presidente Temer. De acordo com os delatores, o dinheiro de propina foi entregue em uma caixa na sede da Argeplan, empresa do ex-coronel.
No relatório, o escrivão da PF declara que “os dados analisados no celular de Lima demonstram” que ele é um homem com “acesso direto ao presidente Temer”, e a “investigados pela Operação Lava Jato”.
O documento também ressalta conversas que aparentemente remetem a pagamentos de propinas. Em 2017, o coronel aposentado foi intimado várias vezes pela PF, mas não compareceu em nenhum dos interrogatórios. A defesa declarou que a ausência foi por causa de problemas de saúde.
Os advogados do coronel aposentado afirmaram que agora não vão se pronunciar sobre a nova intimação. Michel Temer nega as acusações.
Com informações de Marcella Lourenzetto ao Jornal da Manhã
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