Pilar da condenação de Lula, Léo Pinheiro diz que não sofreu pressão da Lava Jato para incriminar o petista

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2019 10h22 - Atualizado em 04/07/2019 10h24
Roosewelt Pinheiro/ABr com Agência Câmara Roosewelt Pinheiro/ABr com Ag. Câmara "Não optei pela delação por pressão das autoridades", escreveu o empreiteiro

Considerado uma das principais testemunhas na condenação do ex-presidente Lula pelo caso do tríplex do Guarujá, o empreiteiro e ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, negou ter sofrido pressões da Operação Lava Jato para depor contra o petista. Em carta enviada ao jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (4), ele afirma que sua intenção era passar erros “a limpo”.

“Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal. A minha opção pela colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade e não preso pela Operação Lava Jato. Assim, não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros”, escreveu Pinheiro.

“Não sou membro nem vítima de coação alguma. Os fatos por mim retratados ao Poder Judiciário foram feitos de maneira espontânea e voluntária, sem qualquer benefício prévio pactuado, onde, inclusive, abri mão do meu direito constitucional ao silêncio”, reforça, em seguida.

Preso desde setembro de 2016, o ex-executivo da OAS nunca tinha falado à imprensa. A carta foi uma resposta a uma reportagem do próprio jornal que, com base na análise das mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil, publicou evidências de que os procuradores encarregados da Lava Jato desconfiaram dos depoimentos dados por Pinheiro.

Segundo os diálogos divulgados,o empreiteiro apenas ganhou crédito com os procurados depois de ter mudado sua narrativa sobre Lula e sua relação com o apartamento do Guarujá. Na carta, Pinheiro diz que nunca apresentou mais de uma versão da história e ressalta que seu interrogatório foi “confirmado por provas robustas que o Poder Judiciário, em três instâncias, entendeu como material probatório consistente para condenação de todos os envolvidos”.

“Não há como eu, Léo Pinheiro, ter apresentado versões distintas, já que o material probatório é bem anterior à decretação da minha prisão em novembro de 2014. Além disso, plantas das reformas do tríplex, projetos deste apartamento e do sítio, bem como contratos, foram apreendidos na própria residência do ex-presidente, cabendo à minha pessoa tão somente contar a verdade do que tinha se passado”, continua.

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