Piñera diz que acusação constitucional ‘não tem fundamento’ e eleva tensão no Chile

  • Por Jovem Pan
  • 21/11/2019 07h18
EFE Sebastian Pinera Desde o início dos protestos, há mais de um mês, 20 pessoas morreram, 6.300 foram presas e 2 mil ficaram feridas

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, respondeu, nesta quarta-feira (2), a acusação constitucional que recebeu do Partido Comunista e dos partidos de oposição do país. De acordo com ele, a ação não tem nenhum fundamento e o país precisa de paz, unidade e solução dos problemas do povo.

Na terça-feira (19), um grupo de deputados – encabeçados pela deputada Carmen Hertz, do Partido Comunista, e outros sete partidos, além de organizações de esquerda e de direitos humanos – denunciou o presidente por violação à Constituição. Segundo eles, Piñera teria desrespeitado os direitos humanos durante a crise que abala o país, imerso em protestos há mais de um mês.

Para que a acusação constitucional inabilite o presidente, no entanto, é necessária a aprovação da maioria dos deputados em exercício e de dois terços dos senadores, dependendo, assim, do apoio de membros da bancada de governo. Deputados da situação afirmam que o processo tem poucas chances de ter votos e dar certo.

A posição da esquerda vem sendo criticada por membros do Partido Socialista (PS) e do Partido Democrata Cristão (PDC), que consideraram a ação um erro político. Segundo o senador José Miguel Insulza (PS) uma saída prematura de Piñera pode desencadear situações muito mais complexas.

Entenda

O presidente decretou estado de emergência e toque de recolher no começo da crise, no dia 18 de outubro, deslocando militares para apoiar a polícia. Foram registradas manifestações violentas, incêndios em patrimônios públicos, saques a supermercados e tumultos.

A mais forte onda de protestos desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet deixou, também, um saldo elevado de vítimas. Pelo menos 20 manifestantes morreram, a maioria vítimas de incêndios provocados durante os protestos, e alguns nas mãos de policiais e do Exército.

Mais de 6.300 pessoas foram presas e 2 mil deram entrada em hospitais.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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