Pode ser que SP chegue em momentos como a França e Portugal, alerta Bruno Covas

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2020 10h13 - Atualizado em 17/03/2020 10h22
RÔMULO MAGALHÃES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO uso de mascaras Para quem se preocupa com a saúde do prefeito, que enfrenta um câncer desde outubro de 2019, Covas indica que não há perigos extras

O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, decretou estado de emergência no município por conta da situação do novo coronavírus. Em entrevista ao Jornal da Manhã, Covas explicou as medidas que são adotadas até o momento na tentativa de conter a pandemia.

De acordo com ele, é importante que as pessoas se acostumem a fazer home office — principalmente se a situação se agravar nas próximas semanas. “Não estamos em um momento como a França e Portugal, de fechar fronteira e decretar isolamento. Mas pode ser que cheguemos em um momento como esse e precisamos estar preparados.”

Segundo Covas, a orientação ainda não é de restringir o acesso a ambientes privados como shoppings, cinemas, teatros e até empresas — assim como parques públicos. Mas pode ser que as indicações mudem.

“Todo dia temos reuniões para avaliar os números e quais medidas serão tomadas. Isso era ontem, segunda-feira. Hoje pode mudar. As orientações mudam a cada atualização de dados. Ninguém gosta de restrição imposta, mas precisaremos avançar mesmo que seja uma medida impopular.”

Para quem se preocupa com a saúde do prefeito, que enfrenta um câncer desde outubro de 2019, Covas indica que não há perigos extras.

“Com o fim da quimioterapia e inicio da imunoterapia, eu não estou mais imunodepressivo. Não estou mais em alta vulnerabilidade, estou no grupo comum. Preciso evitar aglomerações, lavar as mãos e fazer home office. Por isso estou dormindo na Prefeitura.”

Escolas

De acordo com Covas, a rede municipal conta com 950 mil alunos e está sendo estudado como esse grupo pode não ser prejudicado pela paralisação das aulas e pela falta da merenda. “Estudamos, inclusive, se é possível ter algum tipo de entrega da merenda aos que dependem exclusivamente dela para se alimentar.”

Por ser um ano eleitoral, a Prefeitura não pode criar programas sociais. Segundo Covas, a administração pública municipal busca alternativas junto ao governo do Estado para a entrega de cestas básicas ou merenda para não deixar crianças e jovens desamparados.

Outras medidas

A suspensão do rodízio até segunda ordem também é uma medida adotada na tentativa de conter o Covid-19. Bruno Covas ressaltou que a expectativa é estimular o uso do transporte particular e evitar aglomerações no transporte público.

Uma outra determinação é o impedimento de eventos públicos no município. Apenas entre os dias 13 e 15 de março foram mais de 400 cancelados. “Cancelaremos também o alvará de eventos privados. Os que já tinham o documento serão cancelados e os que pedirem serão negados.”

“Todo servidor acima de 60, com imunidade baixa, grávida ou lactante deverá trabalhar de casa — exceto se da área da Saúde ou Segurança Pública, porque são essenciais nesse momento”, completou.

“Não passaremos por essa pandemia só com participação do poder público. Precisamos ter consciência da doença em São Paulo e no mundo. Evite aglomerações, evite contato. As pessoas precisam colaborar. Não há nenhum motivo para pânico.”

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