Polêmica sobre planos econômicos das décadas de 80 e 90 pode chegar ao fim na próxima semana
Terminou sem acordo nesta terça-feira (05) mais uma rodada de negociação das ações que tramitam na justiça sobre as perdas por planos econômicos nos anos de 1980 e 1990.
Segundo a Advocacia-Geral da União, uma nova rodada de negociação será realizada na próxima semana entre os poupadores prejudicados e os bancos.
Se o acordo for concretizado na próxima semana, os pagamentos podem começar ainda neste ano. As ações judiciais sobre os planos econômicos correm na justiça há 30 anos, e buscam que os bancos compensem os poupadores pelas perdas provocadas por mudanças nas regras de correção da caderneta de poupança.
Ao todo, os poupadores perderam entre R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões nas décadas de 80 e 90. Este valor deverá ser pago pelos bancos aos prejudicados.
Para o economista da Austing Rating, Luiz Miguel Santacreo, o acordo seria o melhor caminho para os poupadores e também para os bancos: “como esse é um processo que tem durado muitos anos, os bancos já vinham se preparando para uma eventual perda, ou seja, necessidade de ter de fazer os pagamentos. No ponto de vista contábil, os bancos já estavam fazendo provisões. O ponto hoje é ver qual o volume a ser pago aos correntistas”.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancários) e a Febrapo (Frente Brasileira pelos Poupadores) afirmaram que o acordo está perto.
As partes também ressaltam que o judiciário brasileiro acumula quase 1 milhão de processos relacionados aos planos econômicos. A Caixa Econômica Federal tem R$ 1,4 bilhão destinados para estes pagamentos.
O banco estatal detinha a maior parte dos depósitos em poupança entre o fim da década de 1980 e o início da década de 1990.
*Informações do repórter Bruno Escudero
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