Polícia britânica afirma que ex-espião russo foi alvo de ataque com gás nervoso

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 08/03/2018 09h42
MOSCOW DISTRICT MILITARY COURT A polícia já confirmou que um gás nervoso, mais raro que o Sarin ou até mesmo o XV, foi utilizado contra o agente duplo que trabalhou ao mesmo tempo para o serviço secreto britânico e russo

A relação entre o Reino Unido e a Rússia se deteriora a cada novo detalhe divulgado sobre o envenenamento do ex-espião russo na Inglaterra no domingo passado.

A polícia já confirmou que um gás nervoso, mais raro que o Sarin ou até mesmo o XV, foi utilizado contra o agente duplo que trabalhou ao mesmo tempo para o serviço secreto britânico e russo.

Sergei Skripal segue internado em estado grave, assim como a filha dele, que também foi vítima do ataque.

Um policial que socorreu os dois também está hospitalizado recebendo tratamento intensivo.

O restaurante e o pub onde os russos passaram no domingo seguem interditados pela polícia, que diz já ter identificado o gás utilizado, mas que não irá divulgar detalhes neste momento.

Uma coisa é fato: essa não é uma tentativa de assassinato comum. E até por razão disso o governo britânico está em alerta máximo.

O ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, chegou a insinuar no Parlamento que a Inglaterra poderia ficar de fora da Copa se ficar claro que o governo da Rússia patrocinou o ataque na cidade medieval inglesa.

Johnson, que é pouco cuidadoso no uso das palavras, disse que a Rússia é “uma força maligna e perturbadora”. Evidentemente, houve forte reação do Kremlin e dos diplomatas do país, que negam qualquer relação com o caso.

Horas mais tarde, Johnson esclareceu que não se referia à seleção inglesa, mas sim a autoridades do país, que podem se ausentar da competição.

O príncipe William anunciou ontem que não irá à Rússia assistir ao Mundial. Ele também é o presidente da Federação Inglesa de futebol.

Essa será a primeira vez em várias décadas que nenhum integrante da família real acompanhará a Copa. No Brasil, em 2014, o príncipe Harry representou os Windsor.

Mas as reações do governo britânico devem ir além. Até porque esse é o segundo envenenamento de um ex-espião russo em solo britânico nos últimos anos. É uma coincidência muito desconfortável para o Kremlin.

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