Por forte pressão da população e Exército, presidente da Argélia renuncia após 20 anos no poder

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2019 08h08 - Atualizado em 02/04/2019 10h11
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EFE Argelinos protestam contra Bouteflika em 2019 Assim que sair, o presidente do Senado assumirá o cargo de presidente interino por 90 dias, até que novas eleições sejam realizadas

Abdelaziz Bouteflika deixou o cargo antes do fim do seu mandato, que vai até o dia 28 de abril. As últimas semanas não têm sido nada fáceis para ele. Inúmeros protestos aconteceram na Argélia, além da forte pressão do exército para acabar com seu governo, que já dura 20 anos.

Assim que sair, o presidente do Senado assumirá o cargo de presidente interino por 90 dias, até que novas eleições sejam realizadas.

No domingo (31), Bouteflika nomeou uma espécie de governo de transição, composto por 27 ministros e encabeçado pelo primeiro-ministro. O ex-presidente de 82 anos raramente é visto em público desde que sofreu um derrame em 2013.

As manifestações contra o presidente vinham ocorrendo desde fevereiro, e deixaram ao menos 183 feridos. O estopim foi o anúncio de Abdelaziz Bouteflika de que concorreria a um quinto mandato presidencial.

Os opositores acusam seu governo de corrupção crônica e de falta de reformas econômicas para combater o alto índice de desemprego, que passa dos 25% entre pessoas com menos de 30 anos.

Os protestos dos últimos meses foram os maiores na região desde a Primavera Árabe, em 2011, que derrubou governos na Líbia e na Tunísia, vizinhos da Argélia. Só que na época, o governo de Bouteflika conseguiu se safar, aumentando os investimentos sociais para evitar a queda, que há 8 anos já era necessária.

*Informações do repórter Victor Moraes

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