Possível acordo comercial entre EUA e China pode prejudicar o Brasil
O Brasil precisa “torcer e rezar” para que o acordo comercial entre a China e os Estados Unidos, proposto pelos-norte americanos, não seja concretizado. A avaliação foi feita, nesta quinta-feira (21), pelo presidente da Associação dos Exportadores Brasileiros (AEB), José Augusto de Castro, durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex) 2019.
Segundo Castro, a proposta feita pelos norte-americanos aos chineses é muito prejudicial ao Brasil. Ele destaca que os Estados Unidos quer exigir que a China compre de US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões em produtos agrícolas de origem norte-americana.
Se esse acordo for formalizado, ao longo das negociações, que estão emperradas há alguns tempo, o presidente da AEB enxerga um enorme prejuízo para o agronegócio brasileiro, já que o Brasil passaria a ser o “plano B” dos chineses – um dos maiores compradores globais de commodities, inclusive de produtos brasileiros.
“Esse acordo prejudica o Brasil, porque indiretamente você faz com que o Brasil tenha que vender para a China não o que ele venderia como prioridade, mas sim o segundo plano, o que sobrar, o que os Estados Unidos não tenha vendido. Se essa obrigatoriedade for de comprar US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões, isso atinge o Brasil em cheio”, explicou Castro.
Mais tarde, o secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou que o governo brasileiro tem a garantia dos chineses de que esse tipo de exigência feita pelos EUA não será aceita. “Nós queremos mais comércio, mas nós queremos, também, mais do que comércio. Ou seja: nós queremos a participação da China nos grandes projetos de infraestrutura do Brasil e somos parceiros da China no financiamento ao desenvolvimento”, disse.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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